Aliado do presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), o deputado Junior Bozzella (PSL-SP) dá como certa a destituição de Eduardo e Flávio Bolsonaro do comando do diretório estadual do partido em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Essa é uma decisão que a executiva nacional vai tomar logo mais. Não há clima algum para manter o PSL nas mãos de Eduardo e Flávio”, disse o deputado ao Congresso em Foco. “Há falta de transparência e democracia da parte deles”, completou.
Bozzella também rebate a crítica de aliados do presidente Jair Bolsonaro de que Bivar age como um “coronel” dentro do PSL. “Mais coronelismo que em São Paulo e no Rio não existe. Precisamos explicar para o Flávio e o Eduardo o que é coronelismo. Coronel é o filho do presidente. São eles os coronéis e ditadores”, atacou o parlamentar, cotado para assumir a presidência estadual da sigla.
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O deputado paulista afirma que não houve transparência na decisão que levou Eduardo Bolsonaro ao comando estadual do partido. O estatuto do PSL garante ao presidente da legenda o direito de dissolver os diretórios e as comissões provisórias nos estados ou municípios, “nos termos do estatuto em conjunto com a maioria da executiva nacional”. Assim como Eduardo em São Paulo, Flávio também preside a comissão provisória do Rio. Ambos têm mandato até dezembro.
Segundo Bozzella, os filhos do presidente assumiram os diretórios estaduais à revelia do estatuto partidário. “O que já vinha acontecendo era fora dos princípios democráticos. Não faz sentido eles quererem deixar o partido e ter o controle cego”, criticou. “Bivar até tentou conversar para que pudesse ter coesão, as pessoas pudessem convergir, mas não houve na prática nenhuma tentativa de conversa por parte do Eduardo, que trocou grupos por outros sem justificativa alguma”, emendou.
Eduardo Bolsonaro afastou mais de 70 dos 280 presidentes de diretórios municipais do PSL, alegando irregularidades. Na capital paulista, as mudanças feitas por ele dificultam a candidatura de Joice Hasselmann (PSL-SP) à prefeitura, já que o novo dirigente é adversário interno da líder do governo no Congresso. Ao menos dez conseguiram retomar seus cargos na Justiça, e outros ainda aguardam decisão judicial. No Rio, Flávio teve de voltar atrás na decisão de expulsar os filiados que mantêm no governo de Wilson Witzel (PSC), que tem feito críticas ao governo federal.
Pelo estatuto do PSL, Bivar pode destituir o comando partidário nos estados ou municípios em casos de infidelidade partidária, impossibilidade de resolver grave divergência entre seus membros, entre outros motivos. “O que importa pra gente é que aqueles que se manifestaram contra o partido perderam sua vez. Deveriam ter dito que não concordavam com a falta de transparência e democracia também em São Paulo e no Rio. São uma ala minoritária”, afirmou Junior Bozzella.
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