A audiência pública na Assembleia Legislativa da Paraíba, que deveria discutir a reforma política e o pacto federativo, foi encerrada após uma sessão tumultuada por protestos de integrantes de movimentos sociais e sindicalistas. Uma porta de vidro chegou a ser quebrada no confronto entre manifestantes e seguranças.
Os manifestantes acusavam Cunha de homofobia e protestavam também contra a proposta que regulamenta a terceirização no País e que teve o texto base aprovado pelo Plenário da Câmara nesta semana.
Leia também
Eduardo Cunha também reclamou de omissão do governador Ricardo Coutinho (PSB) ao não garantir a segurança do evento. “O governador não garantiu a segurança de um evento político numa outra casa, demonstrando que aqui não se respeita, como em Brasília, a independência dos poderes”, criticou Cunha. Ele acrescentou que a polícia só compareceu à assembleia depois que a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) interveio.
Em relação ao PT, Eduardo Cunha afirmou que o partido mostra a sua intolerância em todos os locais. “O PT faz movimentações orquestradas, utilizando seu braço sindical, que deveria estar ontem [quinta] na CPI [da Petrobras] presidida pelo nosso deputado paraibano Hugo Motta [PMDB], onde estava o tesoureiro do PT [João Vaccari Neto] prestando esclarecimentos sobre corrupção na Petrobras. Esse movimento deveria estar lá contestando e cobrando a investigação da corrupção e não tentando impedir o debate da reforma política”, disse ainda, chamando os manifestantes de “braço sindical pelego pago”.
O presidente da Câmara acusou ainda o PT de atrasar o debate de assuntos como a reforma política e a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, que inicialmente tinha como relator o deputado Luiz Couto (PT-PB). Quanto ao projeto da terceirização, Eduardo Cunha afirmou que a maioria da sociedade representada na Câmara dos Deputados aprovou a matéria.
Vice-líder do PT na Câmara, o deputado Afonso Florence (BA) disse desconhecer que o partido esteja organizando manifestações para constranger o presidente Eduardo Cunha, mas destacou que a legenda defende determinadas posições, como o financiamento público de campanhas eleitorais e a aplicação de medidas socioeducativas a jovens infratores. “Eu não acho apropriado, fico surpreso que o presidente da Casa ataque um partido de uma forma desmedida. Tenho a expectativa de que ele ajuste a fala dele.”
Afonso Florence saiu ainda em defesa de pessoas que querem acompanhar os debates. O parlamentar baiano acredita que muitas vezes a população é cerceada nesse direito.