O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de envolvimento na Operação Lava Jato, disse que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, trabalha contra ele em conjunto com o governo da presidente Dilma Rousseff. O parlamentar afirmou que o Ministério Público Federal (MPF) confunde o “papel de acusador com o de militante político” e chama de “risível” a ação em que Janot pede seu afastamento da presidência. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
Eduardo Cunha garante que não há qualquer irregularidade nas finanças da C3, uma de suas empresas, que as investigações da Lava Jato classificam como “movimentação financeira atípica”. Na denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR informou que que uma das empresas de Cunha e de sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, realizou operações financeiras suspeitas e não tem funcionários registrados desde 2002.
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“Sou sócio da minha mulher. Essa é uma empresa que nós paramos, basicamente não tem operação. Ela detém bens nossos. Dizem, “ah, ele comprou veículo pela empresa”. Se compra veículo em nome de pessoa jurídica por uma razão simples: ninguém aguenta de ponto na carteira quando tem dez pessoas dirigindo o seu carro. Agora, não tem movimentação atípica. Obviamente, foi empréstimo dos sócios à empresa para pagar despesa”, defendeu-se Cunha.
Marqueteiro
Quanto ao processo em curso no Conselho de Ética da Câmara, por acusação de usar manobras “espúrias” para retardar a tramitação da ação, o parlamentar fluminense afirma que o processo é que é suspeito e cita marqueteiro do governo.
“Se alguém tem de levantar suspeição, sou eu em relação a esse procedimento. Um partido fez um requerimento com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) e o PGR respondeu em três dias. Nunca vi isso acontecer. Entra com uma pergunta sobre procedimento da Dilma, do Lula para ver se eles vão responder. Dizem que tem mais de 100 contas listadas na cooperação com a Suíça, e a única que divulgam em 24 horas é a minha? E as outras 99? Dizem que tem até do marqueteiro do governo, João Santana”, questionou o deputado.
Leia a íntegra da entrevista de Cunha à Folha