Ex-aliado do Palácio do Planalto, o presidenciável Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco, afirmou nesta segunda-feira (11) que a presidenta da República Dilma Rousseff (PT) não aprovou uma reforma tributária porque “atendeu a pedidos pontuais no balcão e nada deu certo”. Segundo ele, a petista, que é candidata à reeleição, “nem tentou fazer a reforma tributária”.
Eduardo Campos promete apresentar, se eleito, um projeto para alterar os impostos. Em entrevista ao portal G1, Campos disse que “nunca mudou de lado” e que só deixou de apoiar Dilma quando políticos como os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP) “ganharam protagonismo”. No entanto, ambos estão na base aliada desde a gestão de Lula.
Eduardo Campos reafirmou não ver problemas no fato de a mãe, Ana Arraes, ser conselheira do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo ele, a mãe não julgará contas do governo federal caso ele seja eleito.
“Ela não vai apreciar como magistrada nenhuma conta que nos envolva diretamente. Fiquei sete anos e três meses no governo [de Pernambuco] e tudo que se refere a convênios e recursos federais ela não julga o que tem a ver com o estado [de Pernambuco]”, respondeu Campos, que se intitula o primeiro governador do país a fazer uma lei contra o nepotismo. “Isso [a mãe ser ministra do TCU] não é um problema. O problema do Brasil é outro, é baixo crescimento, é inflação de volta, são os problemas reais”, acrescentou.
Leia também
Ainda na entrevista, Eduardo Campos disse ser contra a legalização da maconha, privatizações de estatais, foro privilegiado a políticos, unificação das polícias, revisão da lei da anistia e ensino religioso nas escolas públicas. E se declarou a favor da taxação de grandes fortunas, do casamento gay e ao voto obrigatório. Sobre aborto, reafirmou a posição de que “a legislação sobre o tema é adequada”.
Passe livre
Sobre a proposta do passe livre, Eduardo Campos afirmou que estados e municípios terão de dar uma contrapartida para um fundo nacional que pretende criar a fim de financiar a iniciativa a estudantes de escolas públicas.
Campos disse que, se eleito, a maior contribuição para esse fundo virá do governo federal, mas estados terão de dar 20% de contrapartida e municípios, 10%.
Em relação à inflação, o presidenciável do PSB afirmou que, para combatê-la, pretende primeiro levar o índice para o centro da meta (4,5% – atualmente, está em 6,5%) e depois “ir adiante”, tentando se aproximar dos 3%. E prometeu ainda que, caso seja eleito, o país terá um Banco Central “mais independente”. Ele vem aparecendo em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
Assine a Revista Congresso em Foco em versão digital ou impressa