O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ironizou o pedido de segurança feito pela deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), que está ameaçada de morte, segundo a Polícia Federal. Em sua conta no Twitter, o filho do presidente Jair Bolsonaro disse que a colega, que é contra a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, deveria pedir mais iluminação em vez de proteção policial.
“Se é desarmamentista e pede segurança armada é hipocrisia (“mais armas, mais crimes”, não?). Se fosse coerente deveria pedir mais iluminação… Armas matam, lanternas salvam”, escreveu Eduardo Bolsonaro. Talíria respondeu: “Não há contradição em ser contra o armamento da população e cobrar que o Estado cumpra seu papel de proteger o povo e seus representantes. Segurança é responsabilidade do Estado, não do indivíduo. Não pedimos arma, mas proteção. Quando ameaçam uma deputada, ameaçam a democracia”.
> PF descobre plano contra deputada Talíria na Deep Web
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Como mostrou o Congresso em Foco pela manhã, a Polícia Federal (PF) descobriu em abril conversas na chamada dark web ou deep web em que os envolvidos tratavam, desde 2018, de ameaças de morte e planos contra a deputada federal, amiga da ex-vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em março do ano passado.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (27) pela assessoria do partido na Câmara. De acordo com a nota, a própria PF entrou em contato com a polícia legislativa e com o presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para sugerir proteção policial para a deputada, que está em seu primeiro mandato.
Talíria já foi vereadora na cidade de Niterói (RJ) e já tinha recebido ameaças pelas redes sociais, mas o caso investigado pela PF é, segundo ela, o de maior gravidade e o primeiro depois que ela assumiu o posto no Legislativo federal. “Desde o mandato de vereadora a gente já viveu muitas situações de ameaças seja na internet até no período da campanha para deputada, quando teve gente armada na porta do comitê”, relata Talíria Petrone.
PublicidadeA deputada está sendo acompanhada por agentes da polícia legislativa em todos os lugares nos quais circula em Brasília. Como o caso está sob sigilo, ela não deu informações detalhadas, mas confirmou que as conversas faziam comparações entre ela e Marielle Franco.
O presidente da Câmara também entrou em contato com o governo do Rio de Janeiro solicitando que o estado garantisse proteção para a parlamentar quando ela estiver no Rio de Janeiro. De acordo com o Psol, dois ofícios foram enviados, em 23 de abril e 10 de maio, mas ainda não foram respondidos. A falta de retorno do governo estadual foi um dos motivos para que a deputada tornasse a situação pública. A bancada do partido na Câmara também encaminhou ofício para o Executivo estadual pedindo providências para garantir a segurança de Talíria. A deputada comenta que quando esteve na Polícia Federal, foi informada que a escolta por longos períodos não é atribuição da PF, mas das polícias estaduais.
“A gente tem limitado algumas agendas, mas isso fica muito complicado porque nosso mandato é muito territorial, temos isso como essência do mandato, circular nos territórios e fazer agendas nas praças, então temos limitado agenda e andado com carro blindado”, afirma a deputada. As investigações seguem em curso.
Em nota, o Governo do Rio de Janeiro afirmou que o pedido de escolta pessoal apresentado por Talíria será encaminhado à PF. O governo acrescentou que “a parlamentar tem direito à proteção da Polícia Militar do Rio de Janeiro quando estiver no estado em missão oficial, assim como outras autoridades”, mas lembrou que esse “pedido deve ser solicitado com até 48h de antecedência, para ser autorizado pelo governador”.