Mário Coelho
O ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal Durval Barbosa pode não depor na CPI do Mensalão do Arruda nesta terça-feira (26). Ele enviou hoje (25) dois requerimentos à Câmara Legislativa do DF pedindo para que a data do depoimento seja transferida. Nos textos, um assinado por ele e outro por sua defesa, é dito que Barbosa não teve tempo de estudar o inquérito 650DF, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que originou a Operação Caixa de Pandora e revelou um esquema de propina envolvendo membros do Executivo e Legislativo local. Os pedidos serão analisados ainda hoje em sessão da CPI, marcada para às 18h.
Durval disse que também seus advogados não tiveram tempo para analisar todo o inquérito. E também precisam saber se suas declarações aos parlamentares não vão prejudicar sua estratégia de defesa, já que ele também é investigado no processo. A defesa quer mais. Pretende que a oitiva só aconteça no fim das investigações. O depoimento está marcado para às 10h de amanhã, na Superintendência da Polícia Federal do DF. Os requerimentos foram lidos pelo relator da CPI, Raimundo Ribeiro. Nos documentos, o ex-secretário sugere que os deputados entrem em contato com os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) responsáveis pela investigação do mensalão do governador José Roberto Arruda (sem partido).
A verdade, porém, é que Durval, adiando seu depoimento, faz o jogo de Arruda e de sua base, a quem defunciou. Confirmado o adiamento do depoimento, os deputados governistas ganharão tempo para afinar a estratégia de enterrar a CPI. Ou, na pior das hipóteses, controlar o andamento das investigações. Caso ele aconteça, a alternativa dos distritais é não comparecer à oitiva. Para Durval depor, é preciso que presidente e relator estejam presentes, além de mais um deputado, já que o quorum mínimo é de três membros.
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