“Me deixa de fora desse seu mau sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia.” A frase do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, disparada ontem (21) contra o também ministro Gilmar Mendes, entrou para os anais da corte como um dos momentos de maior tensão de toda a sua história. Mas, nas redes sociais, os disparos de Barroso aguçaram a criatividade do brasileiro. O ataque do ministro ao colega virou versos de música popular e até poema “recitado” pela cantora Maria Bethânia.
Comparações com brigas de rua, gritos enlouquecidos, olhares assustados e de incredulidade e até camiseta com a artilharia verbal de Barroso viralizaram em smartphones, computadores e tablets. Uma das expressões de maior criatividade foi um samba-canção, cujo autor não é identificado na gravação, que imortaliza todo o discurso de Barroso dirigido a Gilmar Mendes.
O Congresso em Foco apresenta, abaixo, alguns dos principais memes feitos com base na discussão entre os ministros do Supremo.
– Samba-canção
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– Maria Bethânia
– Fight
“As instituições estão funcionando normalmente”#Apagao
Gilmar
Barroso pic.twitter.com/xw9ESlsbnl— Yarus 13 (@Yarus13) 21 de março de 2018
– Desespero
Eu queria saber brigar igual Barroso ,com classe. Mas ainda nao evoluí a esse ponto pic.twitter.com/kCk29FxZWb — Gis (@_gisales) 21 de março de 2018
– Vaia
Barroso a Gilmar: “Vossa excelência nos envergonha. É uma desonra para o tribunal. você é uma pessoa horrível, uma mistura do mau com o atraso e com pitadas de psicopatia. Está sempre atrás de algum interesse que não é o da Justiça. coisa horrorosa, uma vergonha, constrangimento pic.twitter.com/TQmqkAFFh3 — Samir Salim Jr. (@samirsalimjr) 21 de março de 2018
– Sílvio Santos
Barroso a Gilmar: “Vossa excelência nos envergonha. É uma desonra para o tribunal. você é uma pessoa horrível, uma mistura do mau com o atraso e com pitadas de psicopatia. Está sempre atrás de algum interesse que não é o da Justiça. coisa horrorosa, uma vergonha, constrangimento pic.twitter.com/AVjMpAYUIm — Aberforth (@Aberforth_) 22 de março de 2018
– Menina
” Vossa excelência nos envergonha. É uma desonra para o tribunal. Sozinho desmoraliza o tribunal.” Barroso pro coleguinha Gilmar pic.twitter.com/iOeSLi99Gr
— Suzana GuaraniKaiowá (@sudornelles) 21 de março de 2018
A frase de Barroso foi uma reação às críticas de Gilmar às decisões do STF, entre elas uma da Primeira Turma, que em 2016 revogou a prisão preventiva de cinco médicos e funcionários de uma clínica de aborto. O voto que resultou na soltura dos investigados foi de Barroso. Gilmar também criticou a decisão do tribunal sobre a proibição de doação empresarial para campanhas.
“Claro que continua a haver graves problemas. É preciso que a gente denuncie isso! Que a gente anteveja esse tipo de manobra! Porque não se pode fazer isso com o Supremo Tribunal Federal. ‘Ah, agora, eu vou dar uma de esperto e vou conseguir a decisão do aborto, de preferência na turma com três ministros, e aí a gente faz um dois a um’”, declarou Gilmar Mendes, conhecido por suas brigas em plenário com outros membros da Corte.
Barroso rebateu: “Me deixa de fora desse seu mau sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia. Isso não tem nada a ver com o que está sendo julgado. É um absurdo vossa excelência vir aqui fazer um comício cheio de ofensas, grosserias. Vossa excelência não consegue articular um argumento, fica procurando, já ofendeu a presidente, já ofendeu o ministro Fux, agora chegou a mim. A vida para vossa excelência é ofender as pessoas, não tem nenhuma ideia, nenhuma, nenhuma, só ofende as pessoas.”
Com o clima acalorado no plenário, Cármen Lúcia anunciou que suspenderia a sessão. Inconformado e querendo responder o colega, Gilmar deu continuidade ao mal-estar: “Presidente, eu estou com a palavra e continuo, presidente. Continuo com a palavra, presidente, eu continuo com a palavra. Presidente, eu vou recomendar ao ministro Barroso que feche seu escritório, feche seu escritório de advocacia”.
No momento da discussão, os ministros do tribunal analisavam a ADI 5.394, ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra dispositivo da Lei das Eleições (9.504/1997) que permite “doações ocultas” a candidatos. uma ação sobre doações eleitorais ocultas.
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