O relatório parcial de sistematização e fiscalização, apresentado nesta tarde à CPI dos Cartões Corporativos, não pede o indiciamento de nenhum membro do governo em relação à elaboração do dossiê com gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
No entanto, o relatório pede que o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União (TCU) investiguem os gastos com cartões corporativos dos ministros Altemir Gregolin (Pesca) e Orlando Silva (Esporte). Além deles,também é solicitada a investigação das prestações de contas da ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) e dos responsáveis pelas compras dos ex-ministros Olívio Dutra (Cidades), Eunício Oliveira (Comunicações) e Benedita da Silva (Assistência Social).
O deputado Índio da Costa (DEM-RJ), um dos autores do relatório parcial, afirmou que não há indícios para pedir o indiciamento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ou da secretária-executiva dela, Erenice Guerra. “Uma coisa é vontade de bater no governo, que eu tenho bastante. Outra é ser irresponsável”, afirmou.
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Já o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), outro autor do relatório, classificou o relatório parcial de “equilibrado” e acrescentou que espera que o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), acolha “uma grande parte” das sugestões apresentadas pela oposição. O petista apresentará seu relatório na próxima terça-feira (3) e adiantou que “há muitos pontos de convergência” entre o relatório da oposição e o que ele apresentará na semana que vem.
Em conversa com os jornalistas, Luiz Sérgio destacou que o fato de o relatório da oposição não pedir o indiciamento de nenhum governista “reafirma a convicção de que o dossiê não foi elaborado dentro do Palácio do Planalto”.
“Não há nenhum dado concreto para incriminar nenhuma pessoa dentro do gabinete civil, a não ser o José Aparecido”, afirmou, em referência a José Aparecido Nunes, ex-secretário de controle interno da Casa Civil, apontado como o responsável pelo vazamento do dossiê. (Rodolfo Torres)
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