O piloto Tito Lívio Ferreira da Silva Júnior, cotado para transportar de São Paulo para Cuiabá os R$ 1,7 milhão apreendidos com petistas, é funcionário do governo do Mato Grosso do Sul, estado comandado pelo PT. O dinheiro seria usado para comprar, às vésperas do primeiro turno das eleições, um dossiê contra candidatos do PSDB.
A confirmação veio hoje, em portaria publicada no Diário Oficial que transferiu o piloto, antes lotado na Agência Estadual de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul), para a Assembléia Legislativa, onde vai receber R$ 4 mil mensais. O salário, porém, continuará sendo pago pela Agesul.
A informação não consta no depoimento que Tito prestou ao delegado Diógenes Curado, em Campo Grande (MS), na Superintendência da Polícia Federal. Na ocasião, o piloto disse apenas ter prestado serviço ao Governo do Estado, até a gestão do governador Wilson Barbosa Martins (PMDB), entre 1995 e 1998.
“É o funcionário fantasma mais antigo do governo estadual”, observou um dos deputados estaduais, membro do grupo de oposição ao atual governador, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Outros oposicionistas comentaram que não é uma transferência comum. Para eles, é mais garantido proteger o piloto no Poder Legislativo, garantindo seu emprego, antes que o novo governador André Puccinelli (PDMB), assuma o cargo.