O delegado da Polícia Federal (PF) do Mato Grosso Diógenes Curado, responsável pelas investigações sobre a compra de um dossiê contra o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), enviou ontem (11) ofício ao ministro da Saúde, Agenor Álvares, pedindo a agenda do ex-ministro da pasta Barjas Negri (PSDB) para apurar a participação do empresário Abel Pereira na máfia das ambulâncias.
A agenda, que fica arquivada no Ministério da Saúde, relaciona audiências e viagens do ex-ministro no período de 21 de fevereiro a 21 de dezembro de 2002.
Em depoimento prestado nessa segunda-feira à PF, Luiz Antonio Trevisan Vedoin, cabeça do esquema dos sanguessugas, afirmou que pagava propina a Abel pela liberação de verbas durante a gestão de Barjas, em 2002. De acordo com Vedoin, o empresário conseguia liberar as emendas por ser ligado ao ex-ministro tucano.
Outra providência do delegado foi pedir à Junta Comercial de Minas informações sobre as empresas Datamicro Informática e Império Representações Turísticas, ambas do estado. Segundo Vedoin, Abel pediu que o dinheiro da propina fosse depositado na conta dessas empresas. (Renaro Cardozo)