A Polícia Federal (PF) abrirá inquérito para apurar se o empresário paulista Abel Pereira teria participado da máfia das ambulâncias na época em que Barjas Negri (PSDB), sucessor de José Serra (PSDB), era ministro da Saúde. Segundo Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos donos da Planam, Abel seria o operador do esquema dos sanguessugas dentro do órgão.
Na semana passada, no mesmo dia em que Vedoin acertou a venda de um dossiê contra Serra (candidato ao governo de São Paulo), Abel ligou três vezes tentando conversar com ele. Além disso, no final do mês passado, Abel esteve hospedado por cerca de 10 dias em um hotel de Cuiabá. A PF suspeita que Abel também possa ter negociado com Vedoin a compra do dossiê.
Em depoimento à PF, em Cuiabá, Vedoin entregou uma planilha com nomes de prefeituras que teriam tido emendas individuais acrescidas ao Orçamento da União "pagas através de acerto com Abel Pereira". O que significa que verbas para compra de ambulâncias teriam sido liberadas pelo Ministério da Saúde em 2002 graças ao pagamento de propina a Abel.
Vedoin também apresentou ao Ministério Público Federal extratos bancários que comprovariam depósitos na conta de empresas supostamente ligadas a Abel para liberação de verbas.