O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, disse ontem (15) que o inquérito que investiga a tentativa de compra de um dossiê contra políticos tucanos será encerrado sem apontar o nome do mentor da operação. A origem do R$ 1,7 milhão apreendido com Gedimar Passos e Valdebran Padilha, em um hotel de São Paulo em setembro deste ano, também não será apontada, segundo Paulo Lacerda..
De acordo com diretor, dois fatores impediram que a PF desvendasse essas questões: o prazo de 20 dias dado pela Justiça Federal para que a PF entregasse o relatório final do caso e o silêncio dos envolvidos.
"Considerando que o juiz deu o prazo fatal de 20 dias, e que nesses 20 dias não foi possível avançar, nessa etapa, pelo menos, é isso que se infere [que o inquérito será concluído sem apontar o mentor e a origem do dinheiro]", disse Lacerda. "Pode ser que, mais para a frente, no próprio Judiciário, quando for aberta a instrução penal, esses fatos sejam elucidados. Vamos ver", complementou.
O diretor da PF esteve ontem em Cruzeiro (221 km a nordeste de São Paulo), para acompanhar o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na inauguração de um juizado especial federal cível.
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"A Polícia Federal tem feito todo o esforço para elucidar completamente esses fatos. No entanto, ficou num impasse na medida em que depende da prova testemunhal. Como se sabe, não apareceu ninguém para informar os donos daquele dinheiro", afirmou o diretor.
Paulo Lacerda, conforme reportagem de Fábio Amato, da Folha Online, também informou que o relatório do delegado Diógenes Curado, da PF de Cuiabá, a ser entregue à Justiça até o dia 22, vai apontar as provas levantadas até agora do envolvimento de Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas, Hamilton Lacerda, Expedito Veloso, Gedimar Passos e Valdebran Padilha na negociação e tentativa de compra do dossiê.
"Cada um deve ser responsabilizado no limite de sua participação", concluiu Lacerda.