Candidato à reeleição, o presidente Lula (PT) classificou como "futrica" a possibilidade de mais aliados seus estarem envolvidos no caso do dossiê contra tucanos. O seu adversário, o tucano Geraldo Alckmin, voltou a cobrar a origem do dinheiro apreendido pela Polícia Federal com petistas e disse ser grave a indicação de Jorge Lorenzetti, ex-assessor da campanha de Lula, como coordenador da operação do escândalo.
Em Curitiba, Lula desafiou a imprensa e a oposição a continuarem com as acusações. "Eu não preciso ofender nenhum adversário para ganhar a eleição. Se quiserem me ofender, me ofendam. Se quiserem me acusar, me acusem. Eu vou ter o bom comportamento que um presidente da República deve ter: altivo, sereno e sabedor que o ódio que eles têm por mim não é por mim."
Na avaliação do presidente, em vez de se concentrar em escândalos, a imprensa deveria se preocupar em desvelar os projetos das duas candidaturas. "A imprensa brasileira poderia dar essa contribuição aos leitores dos jornais. Porque não é possível a gente viver a vida inteira subordinada à trica e à futrica", afirmou.
As investigações da PF indicam que Jorge Lorenzetti recebeu ligação do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e que voltou a falar com ele num segundo telefonema, no dia em que a PF frustrou a operação e prendeu os primeiros envolvidos. O ex-ministro José Dirceu ligou para Lorenzetti dias antes de surgir o dossiê.
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Diante das novas revelações, Alckmin não poupou Lula. "O Lorenzetti é amigo pessoal do Lula há décadas. Chefe-diretor do Banco do Estado de Santa Catarina, responsável pela chamada área de risco. Aliás, eu nunca soube que isso existia. Ou seja, uma arapongagem irresponsável", disse o tucano.
Sem citar nomes, o ex-governador de São Paulo acusou o governo Lula de esconder os verdadeiros responsáveis pela negociação do dossiê. "Estão escondendo a verdade do povo brasileiro. É claro que eles sabem a origem do dinheiro. É que talvez seja pior falar a verdade do que esconder. Eles estão debochando do povo brasileiro."