O juiz da 2ª Vara Federal de Cuiabá (MT), Jeferson Schneider, atendeu a um pedido do PT e suspendeu o sigilo do relatório parcial da Polícia Federal (PF) sobre a origem do dinheiro que seria na compra do dossiê contra tucanos. Segundo o juiz, a medida pretende evitar manipulação de dados em período eleitoral. Ele manteve, no entanto, o sigilo das quase 800 páginas do inquérito que apura o caso.
"O sigilo absoluto dos dados e documentos viola o interesse público da sociedade à informação veraz, dando causa à desinformação e abrindo espaço à ilegítima manipulação dos dados para os mais diversos fins, especialmente, durante o curso de um processo eleitoral", afirmou o juiz ao decidir pela quebra do sigilo do relatório.
No inquérito, há dados sobre quebra de sigilos telefônicos que apontaram ligações de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula, para Jorge Lorenzetti, ex-assessor da campanha à reeleição. As ligações ocorreram no dia da prisão de Gedimar Passos e Valdebran Padilha, que estavam o dinheiro no hotel Íbis em São Paulo. Lorenzetti é acusado pela PF de ter comandado a operação de compra do dossiê. Ele, no entanto, nega.
"O constante vazamento de informações sobre os dados e documentos contidos no inquérito policial, assim como em relação às diligências policiais e requerimentos, mais do que manter a sociedade bem informada, vem causando desinformação generalizada e prejuízo efetivo no resultado das diligências, podendo vir a acarretar responsabilidade funcional", afirmou o juiz.
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Schneider autorizou a CPI dos Sanguessugas a ter acesso aos dados, mas, na sexta-feira, a assessoria da comissão não conseguiu ter acesso ao relatório parcial.