O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPI dos Sanguessugas, vai sugerir o indiciamento de apenas três envolvidos na negociação do dossiê Vedoin: Gedimar Passos e Valdebran Padilha, presos com R$ 1,7 milhão em um hotel de São Paulo, e Hamilton Lacerda, que teria transportado o dinheiro.
De acordo com reportagem de Ranier Bragon, na Folha de S. Paulo, Gabeira só conseguiu reunir provas inquestionáveis de participação em ato criminoso contra os três. Outros investigados, como Osvaldo Bargas, Expedito Veloso e Jorge Lorenzetti, todos ex-integrantes da campanha do presidente Lula, devem ser citados no relatório, a ser apresentado até a próxima semana, mas não responsabilizados.
"Para efeito de indiciamento, é preciso prova, e isso só há de forma contundente contra os que foram pegos com a mão na massa", afirmou o deputado.
É que a negociação do dossiê, em si, não é crime, mesmo que envolva dinheiro de origem lícita. O pedido de indiciamento por crime eleitoral e contra o sistema financeiro se baseará no R$ 1,7 milhão apreendido, que a CPI suspeita que tenha origem ilícita.
Gabeira deve apontar como provável origem do dinheiro o caixa dois das campanhas de Lula e de Aloizio Mercadante. "Devo afirmar que os indícios mais fortes são nessa direção." De acordo com a Folha, pode haver menções a Lula, Mercadante e Ricardo Berzoini, então coordenador a campanha de Lula, mas sem vinculá-los diretamente ao esquema. O texto de Gabeira será encaminhado ao relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO). Se aprovada pela CPI, a sugestão de indiciamento vai ao Ministério Público, que decide se oferece a denúncia.
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