A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu hoje (28) pedir explicações à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre o vazamento de informações sigilosas do suposto dossiê contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ela terá dez dias para enviar informações à comissão sobre o episódio.
Para o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, o órgão decidiu pedir informações antes de eventuais punições, como advertência e censura formais. Em casos mais extremos, o pedido de afastamento do cargo é encaminhado ao presidente da República.
O ofício à Comissão de Ética foi encaminhado pelos dois principais líderes oposicionistas do Senado: Arthur Virgílio (PSDB) e José Agripino (DEM). Os parlamentares alegam que a divulgações de dados sigilosos do ex-presidente tinha o objetivo de “constranger” o tucano.
Defesa
A despeito da obstinação oposicionista em enquadradar a ministra Dilma "em todos os fóruns possíveis", como já havia advertido Arthur Virgílio, os governistas já preparam uma estratégia que preserve a "mãe do PAC" nos domínios do Congresso.
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O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tentará derrubar ainda nesta semana o pedido de convocação de Dilma na Comissão de Infra-Estrutura (CI) para falar sobre o chamado "dossiê anti-FHC". Ele apresentou recurso na comissão sob o argumento de que o regimento do Senado não permite que se trate de tema estranho aos definidos como atribuições do colegiado.
Amanhã (29), a CI se reúne para deliberar assuntos em pauta no âmbito do próprio colegiado. Mas a oposição dá sinais de que não priorizará a apreciação do recurso apresentado por Jucá. Caso isso se confirme, o peemedebista promete levar o recurso ao plenário do Senado e à Comissão de Constituição e Justiça para que seja confirmada a alegada extrapolação das atribuições da CI, desobrigando Dilma a falar sobre o dossiê. (Rodolfo Torres e Fábio Góis)
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