Filho do senador Zezé Perrella (PTB-MG), o ex-deputado estadual Gustavo Perrella é o novo secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. A nomeação foi publicada na edição dessa sexta-feira (17) do Diário Oficial da União. A pasta é chefiada pelo ex-líder do PMDB na Câmara Leonardo Picciani (RJ).
Gustavo Perrella, de 33 anos, ficou conhecido nacionalmente em 2013, quando um helicóptero de sua empresa foi apreendido pela Polícia Federal no Espírito Santo transportando 445 quilos de cocaína. Preso em flagrante, o piloto, que trabalhava para o então deputado estadual, foi processado por tráfico de drogas, juntamente com outros três acusados.
O filho do senador não foi citado na denúncia. Para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, não havia indícios de que Gustavo soubesse que a droga estava sendo transportada no helicóptero de sua empresa. A decisão de inocentar o parlamentar estadual causou polêmica e protestos em frente à Assembleia Legislativa.
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O então deputado mineiro utilizou R$ 14 mil da verba indenizatória que recebia da Assembleia Legislativa para abastecer a aeronave, que foi devolvida à empresa da família Perrella por decisão da Justiça Federal, em agosto de 2014. O uso da verba rendeu um processo de improbidade contra Gustavo.
As investigações apontam que a cocaína veio do Paraguai e que os acusados receberiam R$186 mil para transportar a droga. Em discurso feito na tribuna do Senado, em dezembro de 2013, Zezé Perrella disse que sua família foi “traída” pelo piloto e que seu filho jamais teve qualquer envolvimento com drogas.
Segundo ele, parte da imprensa foi “sacana” na cobertura do episódio. “Mas a imprensa, quando não quer entender, quer ver sangue, quer massacrar. Meu filho não conhece sequer droga. Tanto eu como meu filho lutamos contra as drogas”, declarou o senador.
Na época, Perrella disse que seu filho foi chamado a prestar depoimento por ser o dono da aeronave, mas que não tinha qualquer conhecimento de que o helicóptero havia sido usado para transportar a droga. Ele afirmou que seus adversários tentavam explorar politicamente o episódio. “Quando eu vejo essas matérias, até dá nojo, às vezes, de mexer com política. Dá nojo. Cinquenta manifestantes na porta da Assembleia jogando farinha. Cinquenta. Quer dizer, querem transformar isso em um evento político, na base da sacanagem de quem não merece”, declarou. “Quando vejo tudo isso, dá vontade de largar a política, porque é muito fácil jogar pedra”, acrescentou.
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