Segundo ele, as determinações vinham do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e dos ex-diretores da Petrobras Pedro Barusco e Renato Duque. Este foi o primeiro depoimento público do delator. As propinas eram fruto de acertos entre ele e a diretoria de serviços da estatal, comandada então por Renato Duque.
“Paguei [propina] pro Pedro Barusco. Renato Duque [ex-diretor de Serviços da Petrobras] sempre me encaminhou pro senhor João Vaccari. Eu nunca dei propina na mão do senhor Renato Duque, mas era sempre encaminhado o assunto pro senhor João Vaccari”, afirmou Pessoa. “Depois, o próprio Duque me procurou e começou a dizer que eu tinha que fazer contribuições políticas que essas contribuições teriam que ir através do Vaccari”, complementou em seguida.
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De acordo com as investigações da Operação Lava Jato, entre 1% e 3% dos recursos pagos por obras na Petrobras eram desviados para partidos como PT, PMDB e PP. O pagamento de propina era fruto de acertos entre os empresários e os agentes políticos, para o Ministério Público Federal (MPF). Pessoa foi preso em novembro de 2014 durante a Operação Juízo Final, uma das etapas da Operação Lava Jato.
“A referência inicial era para a diretoria de Serviços, 1%. Para a diretoria de Abastecimento [comandada então por Paulo Roberto Costa], 1%. Mas isso era só referência e caberia a negociação depois de cada um. Eu, por exemplo, sempre negociei o máximo que eu pude. Negociei para baixo, evidentemente”, declarou Pessoa.
Em nota oficial, o PT afirmou que todas as doações do partido foram obtidas de forma legal.
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