O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Majella, afirmou no início da tarde de hoje (9), em entrevista coletiva, ser contrário ao projeto de anistia ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que teve o mandato de deputado cassado em 2005 devido ao escândalo do mensalão.
"Não houve tempo para que o responsável pelo ilícito seja punido ou dê respostas à comunidade, e já falam em anistia. Nós não podemos concordar", afirmou. O religioso também falou sobre a reforma política. "Ela é o desejo de todos que desejam a melhoria do país", declarou.
Dom Geraldo também criticou a proposta de redução da maioridade penal, debate que ressurgiu devido à participação de adolescentes na morte do menino João Hélio, de seis anos, no Rio de Janeiro, depois de ser arrastado por um carro por sete quilômetros. "Quanto mais a pessoa esteja em uma situação de juventude, mais deve merecer a atenção da sociedade, para que a dignidade humana seja respeitada. Não é com a mudança da responsabilidade penal que vamos deter o aumento da violência", afirmou.
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A coletiva foi marcada para anunciar a nova Campanha da Fraternidade da CNBB, a ser aberta no próximo dia 21, tendo como tema "A fraternidade e a Amazônia". Segundo o secretário-geral da entidade, dom Odilo Pedro Scherer, o objetivo da campanha é estimular o conhecimento sobre "as situações ambiental e humana" da região amazônica, refletindo a seu respeito sob a "ótica da solidariedade".
Ele acrescentou que "a Campanha da Fraternidade é um apelo para que se olhe toda a questão ambiental em função da vida das pessoas, preservação da vida no seu conjunto, que é importante para a sobrevivência humana na Amazônia e no mundo todo". Com a iniciativa, a Igreja católica pretende provocar o debate sobre temas como desmatamento, as condições de vida dos povos ribeirinhos e indígenas, os problemas das grandes cidades da Amazônia e a exploração racional dos recursos naturais.
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