Das 20 empresas que mais receberam recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, a maior parte são doadoras de campanhas eleições que ajudaram candidatos e comitês partidários em 2006. Entre as maiores doadoras, estão as construtoras Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez, que contribuíram com a campanha do presidente Lula.
De acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), consultados pela ONG Contas Abertas, o PAC pagou R$ 1,3 bilhão a 1.007 empresas para obras consideradas prioritárias pelo atual governo. Entretanto, 20 empresas receberam mais de 50% do valor (ou R$ 726,7 milhões). O levantamento não inclui obras pagas com recursos de empresas estatais, estados e prefeituras.
A Construtora Queiroz Galvão lidera o ranking. Ela recebeu R$ 94,5 milhões para adequar trechos rodoviários em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Pernambuco. A empreiteira colaborou com o financiamento de campanhas eleitorais nas últimas eleições. Em 2002, doou R$ 261 mil para a campanha de candidatos do PPS, PMDB e DEM (antigo PFL). Ano passado, deu R$ 2 mil para a campanha à reeleição do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Segundo a ONG, a construtora possui algumas obras paralisadas pelo Tribunal de Contas da União.
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A segunda empresa mais aquinhoada com recursos do PAC é a SPA Engenharia Indústria e Comércio. Em 2004, ela colaborou com R$ 5 mil ao comitê do PL em Mogi das Cruzes (SP) e já embolsou R$ 79,9 milhões para construir a ferrovia Norte-sul em Tocantins. Em seguida, aparece a Companhia de Transporte de Salvador (CTS), com R$ 77,5 milhões destinados à construção de um trecho de metrô na capital baiana. Os valores foram repassados à CTS são destinados, na verdade, ao consórcio que executa a obra, formado formado pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Siemens, também colaboradoras eleitorais.
Ano passado, a Camargo Corrêa doou R$ 6,9 milhões para campanhas políticas, como as do senador Aloízio Mercadante (PT-SP), do deputado Arlindo Chignalia (PT-SP), do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT-BA), além do PSDB (R$ 3,9 milhões), o PT (R$ 2 milhões) e DEM (R$ 1,5 milhão). Em 2002 a Camargo Corrêa colocou R$ 1,9 milhão em campanhas, entre elas, a de Geraldo Alckmin (PSDB) para o governo paulista.
Outra companheira de consórcio da empreiteira, a construtora Andrade Gutierrez, deu R$ 11 mil, em 2002, em doações para as campanhas de Benedita da Silva (PT) ao governo do Rio de Janeiro e de José Genoíno (PT), para o comando do estado de São Paulo.