Cerca de 16 mil pessoas que fazem parte do programa fizeram doações a partidos políticos ou candidatos. De acordo com o TSE, para o cargo de vereador foram doados R$ 12.254.281,02 por beneficiários do Bolsa Família em todo o país. Para o cargo de prefeito, as doações alcançaram R$ 3.511.722,48 e para os partidos R$ 204.433,00. Com a apuração, foi possível identificar que a maior doação realizada por um beneficiário do programa foi de R$ 67 mil.
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Para o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, os dados identificados podem indicar a ocorrência de fraude.
“Vamos ter de investigar, mas indica que está havendo fraude. Ou esta pessoa de fato não deveria estar recebendo o Bolsa Família. Essa é uma das hipóteses ou está ocorrendo aquele fenômeno que nós chamamos do ‘caça CPF’, a ideia de se manipular o CPF de alguém que está inocente nessa relação. Tudo isso terá de ser devidamente investigado”, adiantou o ministro.
“No sistema anterior, só sabíamos depois, se é que sabíamos. Ficávamos sabendo quando fazíamos alguma análise das prestações de conta. Agora, estamos fazendo esse exame prévio. Estamos dialogando com o Tribunal de Contas da União, Ministério do Desenvolvimento Social, Polícia Federal, Ministério Público e Coaf. Portanto, estamos em condições muito mais confortáveis de fazer esse exame, cumprindo bem nosso papel”, disse ao enfatizar que com o cruzamento de dados as irregularidades poderão ser identificadas antecipadamente.
Contribuições suspeitas
PublicidadeNa última quarta-feira (21), o TSE divulgou um levantamento sobre suspeitas nas doações às campanhas eleitorais deste ano que somam R$ 92,2 mil em doações suspeitas a candidatos a prefeito e a vereador. O número representa 27,9% do total de contribuições às campanhas.
Dentre outras irregularidades, foram encontrados doadores já falecidos. Ao todo, o TSE investiga doações suspeitas no valor total de R$ 266 milhões. No primeiro levantamento, divulgado na semana passada, 38,9 mil doadores já estavam em análise.
Por outro lado, os registros de despesas com fornecedores, empresas ou pessoas físicas, de um total de 399,6 mil, apenas 5,4 mil demonstraram algum indício de irregularidade – o que equivale a 1,4% do valor global, percentual considerado desde que as checagens começaram a ser feitas.
* Com informações da Agência Brasil