Entre os componentes de algumas comissões permanentes da Câmara, estão deputados que foram financiados nas últimas eleições por empresas com interesse nas matérias debatidas nesses mesmos colegiados. Isso é o que demonstra cruzamento feito pelo jornal Correio Braziliense.
Na Comissão de Minas e Energia, por exemplo, encontra-se uma bancada expressiva de deputados financiados por mineradoras. Já na de Agricultura, 15 dos 40 titulares foram bancados por empresas de fertilizantes, agrotóxicos e produtos similares. Na de Finanças, presença forte da bancada dos bancos. E nas comissões que lidam com obras públicas, chega a ser difícil achar algum deputado que não tenha recebido contribuição para campanha de construtoras.
Os parlamentares negam conflito de interesses. José Carlos Aleluia (PFL-BA), que recebeu R$ 200 mil de uma mineradora na campanha e é suplente da Comissão de Minas e Energia, afirmou que o patrocínio da empresa significa transparência política. “O problema é que a política está acostumada com o caixa dois. É natural que uma empresa de mineração apóie os deputados que conheçam a política nacional, tanto de economia quanto de mineração”, argumentou.
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Já o deputado Leonardo Vilela (PSDB-GO), da Comissão de Agricultura, recebeu R$ 450 mil em doações de empresas do setor alimentício. “É natural que cada segmento tente eleger pessoas que entendem do setor, que vão contribuir para o aprimoramento e para a evolução”, ressaltou.
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