Jader gasta R$ 100 mil para divulgar mandato
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Apesar de não gozar da simpatia da presidenta Dilma Rousseff, ainda acumula cargos federais na superintendência do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Santarém (PA) e da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) no Pará, além de diretoria de Gestão Corporativa na Eletronorte, subsidiária da Eletrobrás na região.
No governo Lula, o peemedebista chegou a indicar o ex-presidente da empresa Jorge Nassar Palmeira, que comandou a Eletronorte por dois anos, até morrer em 2010. Perdeu a indicação do sucessor para o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB). Depois de romper com o PT no Pará em 2010, Jader não compareceu ao comício que reuniu a então candidata Dilma e o então presidente Lula em Ananindeua (PA), na Grande Belém, às vésperas da eleição. Nem ele nem o prefeito da cidade, seu filho Helder Barbalho (PMDB). Dilma não perdoou a desfeita, mas não lhe não cortou os cargos.
Estrada para o sucessor
Aos 67 anos, o senador diz que não pretende mais disputar eleições. Seu grande objetivo hoje é pavimentar a estrada para o filho chegar ao posto que ele mesmo ocupou por dois mandatos (1983-1987 e 1991-1994): o de governador. Aos 33 anos, Helder conclui o segundo mandato de prefeito da segunda cidade mais populosa do estado, com 500 mil habitantes. Filho da deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), com quem Jader foi casado, Helder é o nome do PMDB para a sucessão de Simão Jatene em 2014.
Um velho colaborador do senador conta que sua discrição no Senado está diretamente relacionada ao projeto de construção da candidatura do filho ao governo estadual. “No Parlamento, a atividade do Jader está reduzida porque ele intensificou a participação nos municípios. Sua atuação no Senado será a mesma da Câmara, de bastidor, com a mesma discrição”, acrescentou.
No esforço de abrir caminho para a eleição do filho como governador daqui a dois anos, Jader tem o desafio de reconquistar a capital Belém, com seus quase 1 milhão de eleitores, por meio da eleição de seu primo e afilhado político José Priante (PMDB-PA), atualmente deputado federal. Nem mesmo seus adversários políticos duvidam de sua capacidade.
Emoções
Mesmo os adversários políticos do senador reconhecem. Apesar de silencioso e sumido do noticiário político, Jader continua forte longe dos holofotes. “Ele é um político voraz. Usa qualquer método para alcançar seus objetivos e não tem pudor. Jader costuma dizer que emoções não devem fazer parte da política”, qualifica um adversário político.
O senador tem lá seus motivos para querer afastar as emoções da vida política. “Muito me arrependo da passionalidade com que me envolvi no debate. Com a renúncia de ACM, eu não escaparia de um julgamento passional. Mas, depois disso, eu fui eleito duas vezes deputado federal”, disse o senador, em entrevista coletiva, logo após sua posse, no final do ano passado.
Jader deixou o Senado em 2001, após ser alvejado por uma série de denúncias, por algumas das quais ainda responde na Justiça, em meio a uma das brigas mais duras da história do Senado, travadas com seu antecessor na presidência da Casa, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL/DEM-BA), morto em 2007. Os dois acabaram deixando a Casa pelas portas dos fundos, renunciando ao mandato. Mas acabaram voltando.