Fábio Góis
O Senado ficará mais vazio nos próximos dias, mas nada relacionado à paralisação relativa das atividades legislativas em decorrência da crise. Segundo a Diretoria Geral da Casa, a ameaça da nova gripe fez com que a visitação pública fosse interrompida, sem prazo determinado, como “medida preventiva”. As visitas, que reúnem milhares de pessoas todos ao meses, inclusive em fins de semana, estão interrompidas desde ontem (segunda, 10).
“Isso é uma medida preventiva contra a gripe suína [sic]”, disse ao Congresso em Foco o assessor de imprensa da Diretoria Geral, Luís Natal, negando que a medida tem como objetivo evitar eventuais tumultos provocados por visitantes. “É uma decisão em conjunto com o serviço médico.”
Segundo Luís, a hipótese de reação a possíveis transtornos é “especulação”. “Isso é tese, é o que vai ser publicado amanhã. Especulação não dá para controlar, nem o que vai ser publicado”, ponderou o assessor, para quem uma Casa como o Senado é passível de “500 mil especulações”.
Coincidência ou não, hoje (terça, 11) um grupo de manifestantes tentou repetir um ato contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), feito há pouco menos de um mês, sem que os participantes tivessem sido identificados. Eles tentaram há pouco entrar nas dependências da Casa como se fossem visitantes, mas foram reconhecidos pela segurança e impedidos de realizar o protesto. Os manifestantes – estudantes de jornalismo de diferentes instituições – tentaram entregar onze pizzas a Sarney, em referência aos onze arquivamentos de pedidos de investigação contra o peemedebista no Conselho de Ética.
Leia: Estudantes fazem ato “fora Sarney” no Senado
No último dia 16, o grupo de estudantes visitou a Casa para fazer o que eles chamaram de “Ato Secreto Popular do Fora Sarney” – que obviamente pede que Sarney, protagonista da crise institucional em curso, renuncie ao mandato. Três pizzas foram levadas pelos jovens ao “túnel do tempo”, corredor com esculturas e documentos históricos que separa o plenário das alas onde ficam comissões e gabinetes. Em seguida, agentes da Polícia Legislativa do Senado os expulsaram do local.
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