Eles reclamam atualmente que a PF não tem equipes mínimas de investigação nas unidades, que há carência de servidores administrativos – muitos deles substituídos por mão de obra terceirizada – e que não houve regulamentação da chamada indenização por trabalho em fronteira, dois anos depois de o governo federal ter assumido esse compromisso com os policiais.
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Além disso, os delegados também reivindicam a criação dos chamados gabinetes de investigação criminal, o que facilitaria o trabalho de apuração de casos considerados complexos. Na primeira quinzena deste mês, estava prevista uma reunião entre representantes dos advogados da PF e o Ministério do Planejamento. Mas o encontro acabou cancelado pelo governo, que alega dificuldades em efetuar melhorias em qualquer uma das carreiras em função dos cortes ocorridos em 2015, determinados pelo ajuste fiscal.
Segundo a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), “nenhum prejuízo será causado às investigações policiais em curso nem as demais atividades da Polícia Federal”, inclusive as ações da Operação Lava Jato, com a entrega dos cargos de chefia.
Perdas
Atualmente, os delegados da PF ganham uma comissão mensal de aproximadamente R$ 170 por cargos de chefia. “Uma autoridade policial que preside importantes e sensíveis inquéritos não tem sequer funções em quantidade e valores dignos para formar um gabinete de investigação”, afirmou o presidente da ADPF, Marcos Leôncio.
Segundo dados da ADPF, um delegado federal de último nível ganha menos que os delegados de polícia estadual em dez estados: Amazonas, Amapá, Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.
Ainda de acordo com a associação, os delegados da PF tinham uma remuneração equiparável ao juízes e procuradores nos anos de 1990. Atualmente, conforme a entidade, o salário de um delegado federal é semelhante ao das chamadas carreiras auxiliares da magistratura, como os técnicos judiciários, por exemplo.