O relator da CPI Mista da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que não há chance de o diretor de Abastecimento da empresa, José Carlos Cosenza, falar à comissão nesta sexta-feira (24). A reivindicação foi feita por parlamentares da oposição diante da ausência de Cosenza à reunião desta quarta.
Em entrevista, Marco Maia lembrou a dificuldade de quórum às vésperas do segundo turno das eleições.
“É praticamente impossível porque já tivemos hoje dificuldade. Imagine numa sexta-feira, véspera de eleição. Acho que não é razoável. Não vai mudar o processo eleitoral, não vai contribuir com a CPI fazer uma sessão desse tipo, de forma açodada. Estamos vivendo um período pré-eleitoral e há uma tensão maior. Após o domingo, os ânimos vão ficar mais calmos e poderemos conduzir o processo de investigação com mais tranquilidade”, afirmou.
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O deputado disse ainda que a presença de Cosenza não contribuiria muito com o processo investigatório:
— A presença dele aqui tem pouco a contribuir com o processo de investigação porque ele entrou depois do Paulo Roberto Costa. Certamente vai dizer as mesmas coisas que outros diretores já disseram. Depois de passar a eleição, nós temos pessoas mais importantes para serem ouvidas — opinou.
Atestado
O diretor José Carlos Cosenza alegou problemas médicos para faltar ao depoimento previsto para essa quarta. Alguns parlamentares chegaram a alegar que o atestado apresentado por ele foi adulterado posteriormente para incluir a crise de hipertensão arterial como justificativa para a ausência.
Publicidade— Inicialmente, o documento informava que houve “intercorrência clínica”; agora nos chega o mesmo atestado, adulterado com letra diferente, incluindo o Código de Identificação de Doenças [CID] — alegou Rubens Bueno (PPS-PR).
A hipótese foi descartada pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo:
— Foi feita uma complementação do atestado para colocar a CID [Classificação Internacional de Doenças], que estava faltando na primeira edição. Primeiro o documento veio com a análise clínica do quadro do paciente e depois nós pedimos a CID, que veio após uma solicitação desta presidência para complementar as informações passadas aos parlamentares.
Segundo o relator, será feita uma perícia no documento:
— Eu tive contato com o atestado agora. Vai ser feita uma perícia e nós teremos a oportunidade de questionar o diretor pessoalmente. Eu não faria nenhuma afirmação categórica sem que houvesse antes uma análise. Olhando o atestado, é um documento regular, tem a assinatura do médico. Não consegui perceber algum erro ou alguma fraude. A perícia vai poder dizer se isso é verdade ou não — concluiu.