Réu por formação de quadrilha e corrupção passiva, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu negou a existência do mensalão e reafirmou sua inocência no escândalo que resultou em sua cassação pela Câmara dos Deputados. Em entrevista hoje (30), o ex-homem forte do governo Lula se disse “tranqüilo” com a situação. Repetiu ter sido acusado “sem provas”
Dirceu comentou reportagem de hoje do jornal Folha de S. Paulo que flagrou conversa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, segundo o qual os ministros julgaram “com a faca no pescoço”. Para o ex-ministro, a situação é grave e pode colocar o histórico julgamento do mensalão sob suspeição.
Em nota, a presidente do Supremo, Ellen Gracie, negou a existência de pressões externas sobre os magistrados capazes de mudarem o voto dos ministros. Ela disse que a postura do tribunal com ao longo e sua história e no julgamento do mensalão demonstram a independência dos ministros. “Os fatos, sobretudo os mais recentes, falam por si e dispensam maiores explicações”, afirmou Ellen Gracie.
Empréstimos
A 11ª Vara Cível de Brasília negou a cobrança de R$ 100 milhões que as empresas do publicitário Marcos Valério ajuizaram contra o Partido dos Trabalhadores. Citando trechos da denúncia do mensalão, a Justiça do DF entendeu que nunca houve, de fato, empréstimos das empresas de Valério para os petistas.
O tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, comemorou a decisão. “O PT honrará apenas as dívidas que em seu nome foram regularmente contraídas.” Em nota, ele ignorou a responsabilidade dos ex-dirigentes do partido, José Genoíno, Sílvio Pereira e Delúbio Soares, respectivamente, presidente, secretário-geral e tesoureiro da legenda.
“O PT não se manifesta quanto a outras questões derivadas de opinião pessoal de quem quer que seja, não sendo seu papel julgar ou emitir juízo de valor sobre ninguém, aí incluídos ex-dirigentes ou outras instituições, seja de que natureza forem.”
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