O ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado em 2005, José Dirceu (PT), nega em nota divulgada nesta manhã (9) seu envolvimento ou ligação com o secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires. O funcionário da pasta é acusado de vazar o dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Dirceu afirma que a acusação é "totalmente inverossímil".
"Destaco e protesto contra a prática, tornada corriqueira mesmo quando totalmente inverídica, das manchetes dos jornais e do noticiário em geral que de maneira torpe e grosseira, vinculam meu nome aos acontecimentos a partir do fato de que o funcionário foi requisitado por mim", contesta o ex-ministro.
Dirceu afirma que Aparecido não seu nem meu aliado, "nem meu ex-assessor, e nem homem de Dirceu como registrado em manchete de um jornal". (Lúcio Lambranho)
Leia a íntegra da nota de Dirceu:
Estou sendo solicitado, praticamente por toda a mídia, a falar sobre o vazamento ilegal dos e-mails trocados entre o secretário do Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, e André Eduardo Fernandes da Silva, assessor do senador tucano Álvaro Dias (PR). Como há 5 anos requisitei José Aparecido, funcionário de carreira do TCU (Tribunal de Contas da União) para prestar serviços na Casa Civil e ele ali foi mantido pela ministra Dilma Rousseff, todo o noticiário sobre esse vazamento faz referências a meu nome.
Leia também
Profissional competente, sério e correto, José Aparecido, durante os 30 meses em que fui ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República deu provas de seu profissionalismo e espírito público. Parece-me, assim, totalmente inverossímil que um petista histórico como a imprensa registra, envie para um senador da oposição, via um assessor, documento com dados que seriam usados contra o governo e seu partido, como o foi durante esses dois últimos meses em campanha da mídia e da oposição sobre o chamado ‘dossiê’ e o uso dos cartões corporativos. Registro que José Aparecido nega ter enviado em um dos e-mails, de caráter pessoal e sem relação com os fatos, o anexo contendo o que depois a oposição e a imprensa passaram a chamar de dossiê.
Destaco e protesto contra a prática, tornada corriqueira mesmo quando totalmente inverídica, das manchetes dos jornais e do noticiário em geral que de maneira torpe e grosseira, vinculam meu nome aos acontecimentos a partir do fato de que o funcionário foi requisitado por mim. José Aparecido não é nem meu aliado, nem meu ex-assessor, e nem "homem de Dirceu" como registrado em manchete de um jornal. José Aparecido é secretário de Controle Interno da Casa Civil nomeado por um ex-ministro da pasta e mantido por sua sucessora.
Nada mais tenho a acrescentar porque conheço os fatos pelas declarações dos envolvidos e pelo noticiário fundamentado num vazamento ilegal, já que nem a sindicância interna da Casa Civil nem a apuração da Polícia Federal estão concluídas.
Deixe um comentário