O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu voltou a negar ser o chefe da quadrilha do mensalão, como é acusado pela Procuradoria Geral da República. “Não sou chefe de quadrilha, não sou corrupto, nunca roubei. Sou dirigente político. Dediquei toda a minha vida ao Brasil. Não há nada contra mim, nunca provaram nada contra mim”, afirmou ele hoje (1º), durante o 3º Congresso do PT, que acontece em São Paulo até amanhã.
Para o ex-homem forte do governo Lula, seu processo no Supremo Tribunal Federal não é apenas uma disputa jurídica. “Isso é uma disputa política, não é uma questão jurídica, não é só um processo”, disse Dirceu.
Ele disse que nunca pediu ao PT para o defender, especialmente com algum ato de desagravo. Depois de ter seu processo aberto no STF por formação de quadrilha e corrupção ativa, Dirceu concedeu uma entrevista coletiva para se defender e não chegar ao evento do partido sem uma resposta oficial ao escândalo que atingiu o governo Lula e o Congresso em 2005.
O ex-ministro afirmou, à Agência Brasil, que o PT precisa levantar novas bandeiras, como juventude, reforma política, reforma tributária e ampla reforma do estado.
Ética e contribuições
Até amanhã, os petistas reunidos no Congresso terão de decidir sobre dois temas ainda sem consenso. Um deles é a criação de uma corregedoria no partido e um código de ética para disciplinarem os filiados envolvidos em escândalos e irregularidades.
Outro tema é a contribuição de 5% dos salários ao partido, como forma de dar mais autonomia financeira à legenda. Hoje, os petistas ocupantes de cargos públicos são obrigados a doar 20% da remuneração ao PT.