Reportagem do jornal Folha de S. Paulo de hoje revela que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu manteve encontros políticos na Bolívia dias antes da crise do gás. Segundo a reportagem, a agenda do presidente da Bolívia, Evo Morales, registra reunião com ‘alto dirigente do PT’. Na ocasião, Dirceu teria agido como um emissário do Palácio do Planalto e tratado do tema da nacionalização do gás e do petróleo bolivianos. O Palácio do Planalto nega que tenha enviado José Dirceu para falar em nome do governo Lula.
Dirceu esteve na capital boliviana nos dias 23 e 24 de abril quando a Bolívia vivia a expectativa do anúncio da nacionalização dos hidrocarbonetos. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a viagem entre São Paulo e La Paz teria sido feita numa aeronave pertencente à empresa MMX, de Eike Batista, que também é proprietário da siderúrgica EBX, proibida de funcionar na Bolívia.
A missão de Dirceu seria saber como ficaria a situação do Brasil em relação à nacionalização do gás e do petróleo boliviano. Dirceu nega que teria ido à Bolívia como representante do governo Lula.”Não sou representante do presidente”, teria dito. Na viagem, Dirceu se encontrou com seis parlamentares do Podemos (Poder Democrático e Social), o principal partido de oposição na Bolívia.
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Segundo um dos parlamentares do Podemos, que esteve presente na reunião, Dirceu não teria ido à Bolívia tratar de negócios particulares ou para fazer turismo. ” Ele veio tratar de temas bilaterais entre os governos do Brasil e da Bolívia”, afirmou o parlamentar, que pediu para não ser identificado. “Não sei se usou estas palavras, mas veio definitivamente em nome do governo do Brasil”.
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