Contratos com empresas de lixo são problema no Distrito Federal desde 1990. Em 1999, o SLU do então governador Joaquim Roriz (ex-PMDB e hoje PSC) cancelou os contratos com três empresas que atuavam na cidade por considerar o serviço de má qualidade. No lugar delas, entrou sem licitação a empresa Enterpa Ambiental, atual Qualix. A empresa ficou até setembro de 2000, quando venceu uma concorrência para atuar por cinco anos.
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Anos mais tarde, o Ministério Público do Distrito Federal foi à Justiça alegando que a Qualix prestava serviços superfaturados. Mais: em outras ações, processou criminalmente os diretores do SLU acusando-os de ter evolução patrimonial incompatível, incluindo até fazendas registradas em Goiás em nome dos filhos do diretor geral à época, Luiz Antônio Peres Flores.
No final de 2005, o contrato da Qualix vence e passa a ser renovado emergencialmente, sob críticas da oposição na Câmara Legislativa. O Governo do Distrito Federal alegou falta de tempo para preparar o edital e sucessivas suspensões do processo pelo Tribunal de Contas da capital, que apontava direcionamento à Qualix.
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Em 2006, no final do governo de Maria de Lourdes Abadia (PSDB), a administração do lixo, negócio que rendia bilhões por anos aos empresários, é dividido em lotes para três empresas. Àquela altura, o Tribunal de Contas já indicava um novo superfaturamento nos serviços prestados nos anos anteriores.
Prometendo austeridade, em 2007, o governador José Roberto Arruda (DEM) abre uma licitação. Mas batalhas judiciais só fazem esse processo terminar em dezembro de 2010. A Delta tira a Qualix do negócio na Justiça e abocanha dois lotes. O outro lote pertence à Valor Ambiental. Para ganhar esse contrato, a Delta usou um documento considerado, em 2012, falso pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
PublicidadeAgora, em 2012, o governo de Agnelo Queiroz (PT) promete abrir processo para rescindir o contrato com a Delta, implicada na Operação Monte Carlo e supostamente representada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. A administração do PT identificou pagamentos indevidos de R$ 9,5 milhões à Delta, mas não cobrou nada da empreiteira por divergências entre os setores de fiscalização e o SLU.
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