Segundo o delator, Dilma “estava em época de eleição, tinha de arrumar um Cristo”, por isso o escolheu como um dos mentores do chamado Petrolão. Visivelmente chateado, Cerveró diz que Dilma o “sacaneou” e o “jogou no fogo”. Se queixou também de a presidente ter atribuído a ele a responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
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“Primeiro que eu conheço a Dilma, e eu fiquei muito cabreiro. Embora eu conheça a intimidade da Dilma com o Delcídio. Se a Dilma gostasse tanto assim de mim, ela não tinha me sacaneado, desculpe a expressão, há um ano, quase dois anos atrás quando fugiu da responsabilidade dizendo que tinha aprovado Pasadena porque eu não tinha dado as informações completas”, disse.
“Quer dizer, ela me jogou no fogo, ignorou a condição de amizade que existia, que eu acreditava que existia, trabalhei junto com ela 15 anos, e preferiu, para livrar, porque estava em época de eleição, tinha de arrumar um Cristo. Então “ah não, eu fui enganada!” mentira! É mentira! Eu tô dizendo isso aqui, isso não tem importância para homologação, Dilma sabia de tudo o tempo todo”, conclui ex-diretor da Petrobras.
Em outra gravação, quando explicava sua indicação para a BR Distribuidora, Cerveró disse que seria impossível Dilma não saber que políticos do PT cobravam propina de diretores da Petrobras. “Quando o negócio pegou fogo, a maluca da Dilma foi dizer que não sabia, que não estava informada”, disse.
PublicidadeO ex-diretor disse ainda que não foi indicado pelo ex-presidente Lula para a área internacional. “Eu não fui indicado. O Lula virou para os outros, o José Sérgio Gabrielli e a Dilma, e disse: e o Nestor? O que vamos fazer com ele. Não podemos deixar o cara… ele quebrou nosso galho. Arrumou milhões para pagar a divida que o PT tinha”.
Cerveró afirmou ainda que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), participou ativamente das negociações na BR Distribuidora, que também era cobiçada pelo grupo de Fernado Collor (PTC) e por petistas. Segundo o delator, Renan “fez questão de ir” a uma reunião no Copacabana Palace que marcou “quem era quem” na BR, e que costumava ter reuniões com Renan em seu gabinete. Em 2012, os dois teriam rompido porque o presidente do Senado considerava que não estava sendo atendido. “Eu disse: dica a seu critério, senador”, completou.