A presidente afastada Dilma Rousseff responde perguntas dos senadores. A primeira a falar foi a ex-ministra Kátia Abreu (PMDB-TO), que saiu em defesa de Dilma e disse que a presidente não cometeu crime de responsabilidade. A senadora argumentou que os recursos alocados para o Plano Safra, de crédito rural – que embasam a denúncia de “pedaladas fiscais” – “possibilitaram a produção de R$ 3 trilhões no valor bruto da produção”, disse Katia Abreu. Em sua manifestação, Dilma disse que, se o impeachment for concretizado, o país abrirá um precedente grave, afastando alguém da chefia de governo sem a ocorrência fática de crime de responsabilidade.
A senadora Ana Amélia (PP-RS), favorável ao impeachment de Dilma, questionou a presidente sobre o uso da palavra “golpe” por ela e por seus aliados para descrever o processo. A parlamentar argumentou que a petista teve o direito à defesa amplamente assegurado, e disse que a própria presença da chefe do Executivo no plenário do Senado comprovava isto. Vestida de verde e amarelo, Ana Amélia também perguntou sobre o empréstimo tomados por bancos públicos para financiar programas do governo. A senadora ainda contestou o discurso de Dilma e acusou a presidente afastada de causar desconfiança do mercado internacional em função da desorganização das contas públicas.
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Dilma respondeu afirmando que é preciso diferenciar “golpe militar” de “golpe parlamentar”. O que estaria em curso seria o segundo, e os senadores que não gostam do nome querem, na verdade, encobrir o que se passa. “O que se está fazendo é, na verdade, encobrir uma tentativa de tirar um governo que chegou a este momento pelas urnas por um governo que não teve voto e que está implantando um programa que não foi eleito, que não foi o programa vencedor”, disse Dilma.
Em sua intervenção, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) disse que voto não é “cheque em branco, que autoriza o governante a agir além da lei”, e acusou a presidente de trair a confiança do povo. Em resposta, Dilma sustentou que não desrespeitou as leis de responsabilidade fiscal e orçamentária.
Contrário ao impeachment, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) politizou o discurso e disse que quem está sendo julgada é a democracia, e acrescentou que a sessão desta segunda-feira (29) é um “simulacro de julgamento”. O peemedebista afirmou que a presidente não cometeu crime que as razões que fundamentam o processo são a fisiologia e o entreguismo das riquezas do país.
Requião foi aplaudido pelo público que acompanha a sessão no plenário, o que fez com que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, pedisse silêncio. Dilma agradeceu o apoio de Requião e disse que sempre agiu de acordo com a legislação do país.
PublicidadeAutor do parecer que pede a continuidade do processo contra Dilma, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) fez um questionamento de cunho técnico sobre a edição dos decretos de abertura de crédito suplementar em desacordo com a meta fiscal vigente. O tucano também questionou se havia prazo para efetuar repasses do Tesouro aos bancos públicos, para custear programas sociais.
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