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Na nota a equipe de imprensa da presidente afastada destaca ainda que foi a Diretoria Executiva da Petrobras a responsável por comunicar o Conselho de Administração que Nestor Cerveró não entregou as informações necessárias sobre as condições da compra, em 2006, de 50% das ações da refinaria de Pasadena.
Segundo o delator, Dilma “estava em época de eleição, tinha de arrumar um Cristo”, por isso o escolheu como um dos mentores do chamado Petrolão. Visivelmente chateado, Cerveró diz que Dilma o “sacaneou” e o “jogou no fogo”. Se queixou também de a presidente ter atribuído a ele a responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Em outra gravação, quando explicava sua indicação para a BR Distribuidora, Cerveró disse que seria impossível Dilma não saber que políticos do PT cobravam propina de diretores da Petrobras. “Quando o negócio pegou fogo, a maluca da Dilma foi dizer que não sabia, que não estava informada”, disse.
“Quer dizer, ela me jogou no fogo, ignorou a condição de amizade que existia, que eu acreditava que existia, trabalhei junto com ela 15 anos, e preferiu, para livrar, porque estava em época de eleição, tinha de arrumar um Cristo. Então “ah não, eu fui enganada!” mentira! É mentira! Eu tô dizendo isso aqui, isso não tem importância para homologação, Dilma sabia de tudo o tempo todo”, conclui ex-diretor da Petrobras.
Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria de imprensa da presidente afastada Dilma Rousseff:
NOTA À IMPRENSA
A respeito da reportagem “Dilma me sacaneou, diz Cerveró, em vídeo, sobre caso Pasadena”, publicada pela Folha On Line, a Assessoria de Imprensa da Presidenta Dilma Rousseff esclarece:
A Presidenta Dilma Rousseff jamais manteve relação de amizade com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, embora o conheceu devido ao cargo que ocupava.
A Presidenta Dilma Rousseff reitera que jamais teve conhecimento sobre as atividades ilícitas praticadas por Nestor Cerveró na Petrobras e, portanto, jamais compactuou com tais condutas.
A Presidenta Dilma Rousseff relembra, ainda, que foi a Diretoria Executiva da Petrobras quem comunicou ao Conselho de Administração não ter Nestor Cerveró entregue as informações necessárias sobre as condições da compra, em 2006, de 50% das ações da Refinaria de Pasadena.
Como pode ser visto na Ata da Reunião de 03 de março de 2008, referente à dita autorização de compra pelo Conselho:
“(…) em 2006, quando da submissão ao Conselho de Administração da compra da participação na Refinaria de Pasadena, não constou do Resumo Executivo apresentado a informação sobre a ‘Cláusula de Marlim’, de garantia de rentabilidade da refinaria em favor da ASTRA, condição que foi oferecida na negociação como contrapartida para que fosse aceito pela Astra que a refinaria, após o ‘revamp’, passasse a processar setenta por cento de seu óleo processado por óleo fornecido pela Petrobras. O teor da ‘Cláusula Marlim’ não foi objeto de aprovação pelo Conselho de Administração quando da sua análise com vistas à aprovação da compra de participação na Refinaria de Pasadena.” (Ata da Reunião 1.304)
Nesta mesma reunião, a Diretoria Executiva informa ao Conselho de Administração da Petrobras que apuraria os impactos dessa omissão e eventuais responsabilidades, nos seguintes termos:
“(…) por outro lado, considerando essa ausência de pronunciamento do Conselho sobre o tema (compra dos 50% das ações remanescentes), a Diretoria Executiva comunicou sua intenção de identificar se os termos de tal cláusula entraram efetivamente em vigor, se foram aplicados em algum momento e também avaliar os eventuais impactos, prejuízos e responsabilidades dela decorrentes.” (Ata da reunião 1.304)
Como fica evidente, o Conselho de Administração da Petrobras jamais teve conhecimento sobre as referidas cláusulas e não autorizou a aquisição voluntária da participação dos 50% restantes das ações da Refinaria de Pasadena. A suposta relação de amizade – que nunca existiu – não é justificativa para encobrir um desvio de conduta como foi a omissão das informações que resultaram num prejuízo à empresa.
Este teatro montado por esta pessoa que não tem credibilidade e é suspeito de crimes, não intimida a senhora Presidenta Dilma Rousseff. Ela tem a consciência tranquila e reitera que as provas que demonstram as calúnias de Nestor Cerveró são contundentes.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF
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