Mário Coelho
A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, aceitou nesta quarta-feira (13) publicar uma carta aberta afirmando que não vai modificar a legislação brasileira na questão do aborto e que é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo. Após encontro com 51 líderes de igrejas evangélicas em Brasília, a petista assumiu o compromisso de não enviar propostas legislativas ao Congresso tratando de temas polêmicos para os cristãos.
“O que nós decidimos é que eu não mandaria nenhuma legislação que afetasse a questão relativa a qualquer legislação que altere questões que impactem na religião. O Estado brasileiro é laico e essa legislação eu não enviaria ao Congresso, tanto alteração na lei de aborto, quanto todas as outras”, afirmou Dilma aos jornalistas após a reunião. Os líderes, em contra partida, vão apresentar um documento prestando apoio à candidatura da ex-ministra da Casa Civil. A carta deve ser publicada até sábado (16).
Dilma também explicou que o projeto de lei que trata da criminalização da homofobia traz pontos que não são aceitáveis. “A parte relativa a condenar o preconceito contra o homossexual, nós todos temos que endossar. Agora, a parte relativa a criminalizar as igrejas é um absurdo. Criminalizar, colocar punição, é um absurdo, é um excesso”, disse. Para a petista, não se trata de condenar a união civil homoafetiva. Ela afirmou que isso é um direito já consolidado. Porém, o casamento é uma instituição religiosa. Por isso, cada igreja deve resolver o assunto internamente.
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“Vamos tratar de desmistificar todos esses boatos que estão penetrando as igrejas, e enganando pessoas crédulas e bem intencionadas. Esta onda de boatos não constrói o Brasil. Ao contrário, pode até trazer um cisma, o ódio entre as religiões, que é o que a gente menos quer”, disse o senador reeleito pelo Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB-RJ), que é da Igreja Universal do Reino de Deus. Na visão dela, Dilma tem “posições claras” sobre os assuntos, mas tem “sido vítima de uma onda de boatos que distorcem suas posições”.
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