A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou neste sábado (21) que seu futuro governo será marcado pela continuidade da “transformação pacífica” do país. Ela disse que é preciso que “a verdade deve vencer a mentira e a desinformação” nas eleições. “O nosso projeto de futuro deve vencer aqueles cuja proposta é retornar ao passado”, criticou ela, em refereência aos oposicionistas Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Hoje, o PT escolheu em convenção Dilma como sua candidata à disputa presidencial.
Ela ressaltou que, apesar das crises econômicas internacionais, o Brasil manteve o nível de emprego. Ela mencionou os aumentos do salário mínimo e do Bolsa Família acima da infalcao nos últimos 11 anos. Dilma não tocou tema da inflação, que já superou os 6% nos últimos doze meses, segundo o IBGE. “O povo quer sermpre mais e melhor. Não pode e não deve retroceder.”
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Ela mencionou os xingamentos que recebeu no estádio Itaquerão, na abertura da Copa da Mundo, em São Paulo. “Eu nunca fiz política com ódio. Não tenho rancor, mas não abaixo a cabeça. Não insulto, mas não me dobro. Não agrido, mas não fico de joelhos para ninguém.”
Mudança
Na convenção do PT, o lema era “Mais mudança, mais futuro”, como contraposição a Aécio e, principalmente, Eduardo Campos, candidato que critica comparações dos petistas com os tucanos e prega um olhar para o futuro do país sem reconhecer conquistas atuais. “Nós podemos falar de futuro”, dizia um jogral apresentado no palco principal logo após o discurso de Lula.
Em seu discurso, Lula disse que quer fazer um enfrentamento do debate da corrupção e tentar desassociar as irregularidades da imagem do partido. “Todos os governos antes do nosso não criaram metade dos instrumentos que fizemos para combater a corrupção”, afirmou ele
PublicidadeBesteira
O parceiro na chapa de Dilma, o atual vice-presidente Michel Temer (PMDB), chamou a militância petista de “meus companheiros”. Ele disse que governo do PT não atendeu apenas aos pobres e à classe média.
Segundo Temer, se a classe média aumentou de 37% para 55%, as classes A e B aumentaram de 7% para 12,5%. “Vamos acabar com essa besteira de que o governo trabalhou para apenas um setor. Foi o Brasil que cresceu”, afirmou Temer.
Criador e criatura
No início de seu discurso, Lula disse que Dilma e ele não brigam. “É plenamente possível criador e criatura viverem juntos”, disse ele. O ex-presidente disse que, quando houver alguma divergência, ela acaba. “Porque a Dilma está sempre certa”, afirmou ele.
O ex-presidente ainda exibindo um vídeo de uma catadora materiais reciclados de Belo Horizonte (MG), elogiando a organização da Copa e a construção do estádio do Mineirão e criticando a violência de parte dos protestos. “Não é que a qualidade da educação está ruim, mas sim a criação”, disse a mulher. O ex-presidente endossou o discurso
Comparação obrigatória
Lula citou Miguel Arraes, avô do adversário Eduardo Campos, como uma das pessoas que morreram lutando por um país melhor. E defendeu Dilma dos xingamentos, lembrando que ela sobreviveu às torturas nos porões da ditadura. “Quis Deus que, embora Dilma tenha sido presa, ela sobreviveu. E agora pode dizer: ‘Eu vim pra governador com o povo desse país’.”
Ele afirmou disse que a militância tem “a obrigação” de comparar os 11 anos do governo do PT com os dos governos anteriores. “Incomoda eles saberem que, durante o século 20, eles fizeram 3 milhões de estudantes [universitários], e nós fizemos 7 milhões”, disse.
Fernando Henrique
Lula fez referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com quem discutiu sobre corrupção nos últimos dias. Ele fez isso ao mencionar que o país foi governado nos últimos anos “por intelectuais”. “Eu não vou dizer o nome dele”, emendou. “Por que essa gente não resolveu o problema da educação brasileira? Por que eles já tinham estudo? Na cabeça deles, esse país tinha que ser governador para um terço da população.”
O ex-presidente ainda disse que a organização da Copa é um sucesso. “Os estádios funcionaram, o metrô funcionou, os voluntários estão dando um show de comportamento”, disse. Ele culpou os governos anteriores e pessoas que “nunca acreditaram que um metalúrgico ia ser presidente” por má administração, a exemplo do Mundial de Futebol. “Todo santo dia temos que dar uma lição neles fazendo as coisas que eles tiveram 500 anos para fazer e não tiveram capacidade de fazer.”