Em outubro de 2001, a presidente Dilma Rousseff revelou detalhes do período em que permaneceu presa em Minas Gerais, no início dos anos de 1970. Ela contou à Comissão da Verdade de Minas que foi agredida pelos militares. Tanto com socos, quanto com choques elétricos, conforme as investigações da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Na época, Dilma era conhecida como Estela. Mas ela também utilizou outros codinomes como Vanda e Luíza. A presidente fazia parte do grupo revolucionário Polop (Política Operária).
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Apesar disso, o líder da bancada da Bala ressaltou que Dilma “nunca” foi torturada. “A presidente Dilma Rousseff nunca foi torturada no período da Ditadura ou do Regime Militar. Tem uma pessoa que neste país realmente foi torturada e não usa isso como bandeira política, que é o Fernando Gabeira [ex-deputado pelo PT e PV]. Esse, todo mundo sabe do meio militar que sofreu e foi perseguido”, disse.
Para Fraga, a presidente afirma que foi torturada apenas como um subterfúgio político para desqualificar as denúncias relacionadas à corrupção na Petrobras durante as investigações da Operação Lava Jato. “O que se percebe é que a presidente Dilma, perdida, não sabe, não encontrou o caminho de seu governo diante de um mar de tantas denúncias… E assim ela procura agora essa bandeira de dizer que é vítima do Regime Militar, dizendo que foi torturada, para desqualificar os delatores”, apontou Fraga.
“É lamentável ela ir a público dizer que não acredita na delação ou que a delação não tem valor nenhum. Tem valor sim e as provas estão começando a chegar”, ressaltou o militar. “A senhora presidente nunca foi tortura e não existe nos anais do regime militar esse tipo de coisa. Acho que se passou a hora de se acreditar na história da Carochinha”, finalizou Fraga no plenário da Câmara.
Em seus depoimentos prestados à Comissão da Verdade de Minas e cujas informações foram incorporadas pela Comissão Nacional da Verdade, a presidente declarou que foi agredida pelos torturadores. “Me deram um soco e o dente se deslocou e apodreceu. […] Só mais tarde, quando voltei para São Paulo, o Albernaz (capitão Alberto Albernaz, do DOI-Codi de São Paulo) completou o serviço com um soco, arrancando o dente”, disse Dilma em um trecho do depoimento.
Publicidade“Fui interrogada dentro da Operação Bandeirantes (Oban) por policiais mineiros que interrogavam sobre processo na auditoria de Juiz de Fora e estavam muito interessados em saber meus contatos com Ângelo Pezzuti [militante da Vanguarda Popular Revolucionária], que, segundo eles, já preso, mantinha comigo um conjunto de contatos para que eu viabilizasse sua fuga. Eu não tinha a menor ideia do que se tratava, pois tinha saído de BH no início de 69 e isso era no início de 70. Desconhecia as tentativas de fuga de Pezzuti, mas eles supuseram que se tratava de uma mentira. Talvez uma das coisas mais difíceis de você ser no interrogatório é inocente. Você não sabe nem do que se trata”, afirmou na época Dilma.