Rudolfo Lago
No terceiro bloco e último bloco do debate da TV Record, a discussão mais quente girou em torno da relação que cada candidato promete ter com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O candidato do PSDB, José Serra, criticou o MST, para ele, “um movimento político travestido de reforma agrária”. E criticou a boa relação e os convênios que o governo Lula tem com o MST. Dilma, ao responder, rebateu qualquer possibilidade de repressão maior de movimentos sociais: “Não trato movimento social com cacetete”.
Os candidatos também debateram questões econômicas. Serra acusou o atual governo de ter “taxas de juros siderais” e “baixíssimo índice de investimentos”. Dilma falou da inclusão social no governo Lula, com a ascensão de pessoas das classes mais baixas para a classe média. “O Brasil de hoje não é o país do tempo em que o senhor era ministro do Planejamento”, disse ela.
Nas considerações finais, Dilma insinuou que Serra tenha sido agressivo e deselegante durante o debate em alguns momentos: “Lamento que o debate tenha perdido o nível de qualificação ao que o senhor e a senhora têm direito”, disse ela, dirigindo-se ao telespectador. “Viajei o país. Vi o Nordeste crescer a taxas chinesas. Nunca mais o Nordeste será destratado”, completou. “Estou preparada para ser a primeira mulher presidente do Brasil”, concluiu.
Já Serra centrou na presença maciça do presidente Lula na campanha de Dilma: “O próximo presidente da República será a Dilma ou eu. O presidente Lula não estará mais lá”, assinalou. E também apelou para um discurso pacífico: “Quero para o Brasil não a intolerância dos punhos fechados, mas a fraternidade do povo brasileiro”.