A presidente afastada também assegurou que o reajuste de 9% do programa, previsto para entrar em vigor no dia 1º de junho, está garantido. “Criamos as condições para que esse reajuste seja feito, não há nada que impeça”, escreveu Dilma
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A presidente respondeu até a uma observação/pergunta feita pelo seu perfil homônimo-satírico “Dilma Bolada”, criado e administrado pelo publicitário Jefferson Monteiro. Em seu comentário, Dilma Bolada faz uma retrospectiva dos atos do presidente interino Michel Temer e faz três questionamentos.
“Diante de tanta desgraça, o povo quer saber: o que acha dessas medidas? Acha que os senadores e senadoras serão cúmplices e financiadores do golpe e co-autores destas medidas catastróficas que farão o povo brasileiro sofrer ainda mais? E por fim, com seu retorno, não seria a hora de uma grande repactuação (que só é possível com alguém legitimamente escolhido pelo povo) com políticos e sociedade para o Brasil superar esse momento difícil? Bjs”. Ao que perfil oficial de Dilma respondeu: “Você tem toda razão! Beijos!”.
A petista também criticou propostas de mudança na estrutura do programa. “Ficamos muito preocupadas com os cortes que estão previstos para o Bolsa Família. Sabe por quê? Porque se o programa for ‘focado’ em apenas 5% vamos ter a seguinte situação catastrófica: a cada 30 minutos, 22 crianças deixariam de frequentar a escola”, argumentou. Como não poderia deixar de ser, entre a enxurrada de comentários, a presidente afastada recebeu muitas mensagens de apoio e provocações por parte dos internautas favoráveis ao impeachment.
Noam Chomsky
Dilma também publicou hoje em sua página no Facebook o depoimento do linguista norte-americano Noam Chomsky para o programa “Democracy Now”, sobre o processo de impeachment em curso no Brasil. Na gravação, Chomsky, professor emérito do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), classifica o processo como um “golpe brando”. Ele destaca que a presidente é “talvez a única liderança política que não tenha roubado a fim de beneficiar a si própria”, e minimiza a gravidade das manobras fiscais que embasam a denúncia contra Dilma.
O estudioso também chama de “gangue de corruptos” os acusadores da presidente.
Veja o que diz Chomsky em sua análise, no texto transcrito e no vídeo abaixo:
“É uma espécie de golpe brando. A elite sempre detestou o Partido dos Trabalhadores e está usando esta oportunidade para livrar-se do partido que ganhou as eleições. Eles não estão esperando as eleições, que eles provavelmente iriam perder, mas eles querem se livrar dele explorando uma recessão econômica, o que é grave, e uma corrupção maciça que tem sido exposta. Mas como até mesmo o The New York Time apontou, Dilma Rousseff é talvez a única liderança política que não tenha roubado a fim de beneficiar a si própria. Ela está sendo acusada de operações no orçamento que são bastante normais em muitos países, tirando de um bolso e colocando em outro. Talvez seja uma ação equivocada de alguma maneira, mas certamente não justifica um impeachment. Na verdade, ela está. Uma líder política que não roubou para enriquecer a si mesma sendo acusada por uma gangue de corruptos que fizeram isso (enriqueceram). Isso é uma espécie de golpe brando. Eu acho que é isso”, conclui o linguista.
Veja no vídeo: