A presidenta Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (25) que cerca de 30 milhões de pessoas devem ser atendidas durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe, que se estenderá de hoje até 13 de maio em todo o país. Receberão gratuitamente a vacina pessoas com mais de 60 anos, indígenas, gestantes, crianças entre 6 meses e 2 anos e profissionais de saúde. Dilma afirmou que ela mesma tomará ainda hoje a vacina por ter mais de 60 anos.
Em seu programa semanal de rádio, Dilma afirmou que a gripe não é uma doença banal e que a vacinação é importante para reduzir as internações por pneumonia, principalmente entre os idosos. A presidenta ainda destacou que o Programa Nacional de Imunização brasileiro é considerado um dos melhores do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Leia a íntegra do Café com a Presidenta:
Apresentador: Hoje começa mais uma Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe, mas ainda tem gente que acha que gripe não é doença. Por que é importante se vacinar?
Presidenta: Olha, Luciano, a gripe é uma doença, sim, e não é uma doença banal, como pensam algumas pessoas. Os médicos alertam que a gripe deixa a defesa do nosso corpo mais fraca e, por isso, pode causar complicações, pode favorecer outras doenças. Por exemplo: pode facilitar o surgimento de uma pneumonia.
Apresentador: A campanha tem foco nos idosos e nos índios, como nos anos anteriores?
Presidenta: Os idosos e os índios são muito sensíveis à gripe, por isso eles têm de receber uma atenção especial. Mas, este ano, estamos ampliando o público da campanha. Além dos idosos e dos indígenas, estamos chamando aos postos de vacinação as crianças entre seis meses e dois anos, que vão tomar duas doses de vacina; as grávidas; e os trabalhadores da área de saúde.
Apresentador: Por que incluir crianças de seis meses a dois anos, grávidas e o pessoal da saúde?
Presidenta: As crianças menores de dois anos são as que mais sofrem complicações causadas pela gripe. As grávidas, também. Você deve se lembrar, Luciano, elas foram as mais atingidas pela gripe A, que se espalhou por todo o mundo entre 2009 e 2010. E os trabalhadores da saúde têm que estar vacinados para não transmitir a gripe a quem procura os serviços médicos.
Apresentador: Quantas pessoas devem ser vacinadas, presidenta?
Presidenta: Calcula-se que quase 30 milhões de pessoas fazem parte da população que deve receber a vacina. Queremos proteger todo mundo. Para isso, estamos distribuindo 33 milhões de doses da vacina, e não vamos medir esforços para que elas cheguem a cada canto do nosso país. Eu repito: a vacinação é muito importante para prevenir problemas de saúde. Ela evita que as pessoas sejam internadas em hospitais. Ninguém gosta de ficar numa cama de hospital, não é, Luciano? Pois então, é isso que queremos evitar. Esta campanha existe há 13 anos, e desde que ela começou conseguimos reduzir em 60% as internações por pneumonia, principalmente entre as pessoas com mais de 60 anos. É uma grande conquista, que agora estamos ampliando.
Apresentador: O Brasil, hoje, é referência internacional em vacinação, não é?
Presidenta: É sim! E não apenas por causa das campanhas contra a gripe. O nosso Programa Nacional de Imunização é considerado um dos melhores do mundo, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde. Um dos motivos desse reconhecimento é porque somos capazes de planejar e desenvolver ações de vacinação em massa para várias doenças. Nos últimos anos, por exemplo, Luciano, temos mantido a cobertura da vacinação infantil para 95% das crianças com menos de um ano. São aquelas vacinas contra sarampo, coqueluche, hepatite B, tétano e outras muito importantes para proteger os bebês. E temos também, Luciano, a campanha anual contra a poliomielite, que fez o Brasil erradicar a paralisia infantil.
Apresentador: O Brasil também incluiu no cartão das crianças a vacina contra o rotavírus, que causa vômitos e diarreias.
Presidenta: Luciano, muito bem lembrado. Aliás, o Brasil foi o primeiro país a incluir a vacina contra o rotavírus no sistema público de saúde, ainda no ano de 2006. Uma pesquisa publicada na semana passada, Luciano, que de lá, de 2006 para cá, já houve uma redução no número de internações e até de mortes de crianças em consequência das diarreias causadas pelo rotavírus.
Apresentador: Algumas dessas vacinas são fabricadas aqui mesmo, não é?
Presidenta: Sim, Luciano, muitas delas. Nós estamos entre os poucos países que fabricam vacinas. Ao invés de comprar caro lá fora, nós investimos em pesquisa científica na área da saúde, por isso é possível oferecer vacinas na rede pública de saúde para tanta gente. As pessoas nem sempre se dão conta, mas mesmo que tem plano de saúde acaba utilizando as vacinas distribuídas pelo SUS.
Apresentador: Estamos chegando ao fim do nosso programa…
Presidenta: Antes de terminar, Luciano, eu quero fazer um convite a quem está aí nos ouvindo. Quero lembrar a você que está grávida, a você que tem criança com idade de seis meses a dois anos, também a você que tem mais de 60 anos e a todos os profissionais de saúde: é muito importante se vacinar contra a gripe. A partir de hoje e até o dia 13 de maio, procure o posto de saúde mais próximo para se vacinar contra a gripe. O atendimento vai ser rapidinho, de graça e vai te proteger.
Apresentador: E a senhora vai se vacinar, presidenta?
Presidenta: Com certeza, Luciano! Eu vou me vacinar. Eu estou na categoria de mais de 60 anos. Hoje mesmo eu vou me vacinar.
Apresentador: Obrigado, presidenta, e até a próxima semana!”
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