Brilhante Ustra chefiou em São Paulo, entre setembro de 1970 e janeiro de 1974, o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOi-Codi) do Exército, órgão que unificou a repressão contra os adversários da ditadura e que acumula acusações de práticas ilegais, como tortura e assassinatos.
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Referindo-se à conhecida militância da presidenta Dilma Rousseff em organizações de esquerda que enfrentaram o regime militar, Ustra disse que ela integrou “organizações terroristas”. E rejeitou a possibilidade de participar de acareações com presos políticos torturados durante a ditadura.
Segundo o militar, a intenção dos grupos dos quais fez parte Dilma era fazer do Brasil um país comunista. Brilhante Ustra defendeu a atuação dos militares naquele período e afirmou que se as Forças Armadas não tivessem assumido o controle, o país passaria por uma “ditadura do proletariado”.
“Ela pertenceu a quatro organizações terroristas que tinham isso, de implantar o comunismo no Brasil”, destacou. Entre eles, o Comando de Libertação Nacional (Colina), a Política Operária (Polop) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Dilma chegou a ser condenada por “subversão” e foi por presa por três anos, entre os anos de 1970 e 1972.
Brilhante Ustra ressaltou que cumpria ordens ao realizar prisões e inquéritos de presos políticos e que entregou à comissão um documento com 600 páginas explicando todo o procedimento. O militar reformado reforçou estar de consciência tranquila. “Nunca ocultei cadáver, nunca cometi assassinatos, sempre agi dentro da lei e da ordem. Nunca fui um assassino, graças a Deus nunca fui.” Para ele, seria o Exército quem deveria depor na comissão. “Quem tem que estar aqui é o Exercito Brasileiro, que assumiu por ordem do presidente da República, a ordem de combater o terrorismo, eu cumpri todas as ordens, ordens legais”.
PublicidadeDurante o depoimento, que foi aberto à imprensa e ao público, o presidente da Comissão Nacional da Verdade, Cláudio Fonteles, várias vezes contestou declarações de Ustra citando documntos produzidos pela própria ditadura. Em clima tenso, Ustra desqualificou as informações que o apontam como torturador e assassino de presos políticos e reiterou o seu apoio a todas as táticas utilizadas pelos governos militares no enfrentamento dos seus opositores.
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