Rudolfo Lago e Thomaz Pires
Líder nas pesquisas, com grandes chances de vencer já no primeiro turno, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi o grande alvo do debate da TV Record, realizado na noite de hoje (26). O escândalo de tráfico de influência e corrupção envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra foi tema de questionamentos feitos a Dilma por todos os demais candidatos. Embora tenha se mantido calma, Dilma não conseguiu disfarçar o desconforto ao responder sobre o caso. Ele garantiu investigação total sobre o que houve, caso as coisas não estejam esclarecidas quanto tomar posse, mas fugiu de todos os questionamentos que apontavam para a sua notória proximidade com Erenice.
O candidato do Psol, Plínio de Arruda Sampaio, foi o primeiro a atacar Dilma sobre o caso, referindo-se exatamente ao fato de Erenice ter sido o braço-direito de Dilma na Casa Civil, e ter se tornado sua substituta por indicação dela. “Ou você é conivente ou é incompetente”, disse Plínio. “Nem uma coisa nem outra”, rebateu Dilma. “Se quando eu for eleita isso não estiver ainda apurado, eu vou completar a apuração de forma acurada”, completou. Plínio bateu na mesma tecla: “Prefiro acreditar que tenha sido incompetência. Mas você terá que nomear muita gente. E acho que não está preparada”.
No segundo bloco, quando os candidatos responderam a perguntas das jornalistas da TV Record Ana Paula Padrão, Adriana Araujo e Cristina Lemos, foi a vez de Serra. Ele foi perguntado se não seria incoerência denunciar o mensalão do PT e ao mesmo tempo ter como parceiro o DEM, partido do ex-governador José Roberto Arruda, que fez o mensalão do Distrito Federal. Serra respondeu que a denúncia sobre o mensalão do PT não foi da oposição, mas da imprensa. Buscou diminuir a importância de Arruda na aliança, dizendo que fora apenas pretensão de Arruda, e não uma hipótese realmente discutida, ele ter dito que poderia ter sido vice na sua chapa. E completou: “Além disso, em matéria de má companhia, o que dizer de Dilma e de Erenice?”
Mais tarde, Plínio voltou a atacá-la. Dilma respondia que nunca um governo investigou tanto e abriu tantos inquéritos para apurar denúncias contra ele. “Se tem muito inquérito, então é porque tem muita roubalheira mesmo”, rebateu Plínio.
No terceiro bloco, foi a vez de Marina bater na mesma tecla para atacar Dilma. “É lamentável que esses escândalos tenham ocorrido por duas vezes e na Casa Civil, que está abaixo apenas do presidente. Como você pode garantir que vai evitar que isso ocorra novamente se a sua secretária-executiva (Ereníce Guerra) foi uma das envolvidas?”, questionou a ex-ministra do meio-ambiente.Dilma rebateu na mesma moeda.“Você também enfrentou problemas, como o tráfico de madeiras por funcionários do seu ministério. Onde se combateu e puniu os envolvidos. Irei fazer da mesma forma que você no meu governo”.
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