A presidente Dilma Rousseff chega neste domingo (2) à Europa numa viagem de uma semana que vai levá-la à Bélgica, à Bulgária e também à Turquia. Na pauta, cooperação econômica e educacional com o Velho Mundo em crise financeira e também compromissos familiares e “emocionais”. Na Bulgária, terra natal de seu pai, Petar Rusev, falecido em 1962, a presidente vai encontrar familiares e receber condecorações e homenagens do governo local.
A presidente embarcou ontem à noite. Amanhã, Dilma se encontra com o primeiro ministro da Bélgica, Yves Leterme, e, mais tarde, janta com o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Na terça-feira (4), Dilma participa da 5ª Cúpula Brasil-Europa e de um seminário empresarial. Também vai ao festival cultural Europalia, que este ano homenageia o Brasil.
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O governo brasileiro assinará acordos com os europeus sobre transporte aéreo, políticas espaciais, ciência, tecnologia e inovação, cultura e turismo. Hoje, o Brasil é o quarto destino dos investimentos europeus, com tem estoque de 180 milhões de dólares em investimentos europeus. “Na área econômica, certamente, haverá uma conversa, um diálogo sobre a crise econômica internacional, que tem, como sabem, países europeus bastante afetados”, informa o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena, ao comentar o roteiro da viagem. “Além disso, a ideia de ampliar ainda mais o comércio entre o Brasil e a União Europeia, dado inclusive o elevado grau de investimento que a União Europeia tem no Brasil.”
Um dos interesses do governo é permitir que estudantes brasileiros se especializem na Europa. “A Bélgica, como sabem, conta com universidades de excelência e que já mostraram disposição em acolher estudantes brasileiros no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras”, conta Baena. “A Bélgica também detém programas de pesquisa de ponta em áreas de interesse do Brasil, como a química fina, a farmacêutica e a biotecnologia.”
Dilma ainda deve discutir com os europeus a entrada da Autoridade Palestina na ONU, defendida pelo Brasil. Os EUA e Israel são contra.
Aviões e ônibus
Na Bulgária, onde Dilma chega na quarta-feira (5), o governo quer aumentar a presença da Embraer na Bulgária, país que pode passar a comprar ônibus brasileiros. A exemplo da Bélgica, o governo também quer promover intercâmbios entre estudantes búlgaros e brasileiros.
Dilma vai ser recebida na capital, Sófia, pelo presidente do país, Georgi Parvanov, quando vai ser condecorada. Durante as eleições presidenciais brasileiras no ano passado, a população da Bulgária acompanhou de perto a vitória de Dilma considerando-a a primeira mulher “búlgara” a dirigir o maior país da América Latina.
Na quinta-feira, a presidenta visita o Forte de Sófia. Da capital, se desloca para a província de Gabrovo, a cerca de 200 quilômetros, onde visita o Museu de História Regional e se encontra com seus familiares. O livro “Rousseff”, de Jamil Chade e Momchil Indjov, conta que Dilma se correspondeu com o meio-irmão Luben-Kamen Russev, revolucionário como ela, apesar de os dois nunca terem se conhecido pessoalmente. Luben já é falecido. “A visita da presidenta Dilma à Bulgária terá, evidentemente, um forte componente pessoal, emocional, dados seus laços familiares”, avalia Baena.
Política para Oriente
Na sexta-feira (7), Dilma vai à Turquia, país que importou 1 bilhão de dólares em produtos e serviços brasileiros no ano passado. O Brasil gastou 650 milhões de dólares no comércio com os turcos. Para o Brasil, interessa ainda um diálogo com a Turquia para questões sensíveis no Oriente Médio.
“Do ponto de vista político, é evidente, a Turquia é um ator privilegiado em questões do Oriente Médio e, certamente, haverá um diálogo entre o Brasil e a Turquia sobre assuntos do Oriente Médio”, confirma Baena.
A presidente e a comitiva de ministros retornam no sábado (8).
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