Sem lideranças partidárias, mobilizados principalmente pelas redes sociais, cerca de 250 mil manifestantes tomaram as ruas das principais capitais brasileiras e ocuparam parte do Congresso para protestar por melhorias no transporte, na saúde e na educação, e contra políticos e gastos com a Copa. “Não conseguimos entender o que está ocorrendo ainda. São novas formas de organização de mobilização que ainda não compreendemos”, admitiu.
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Um dos principais articuladores do governo com os movimentos sociais, Gilberto Carvalho disse que é preciso entender a complexidade do que está ocorrendo. “Há uma base social de descontentamento que se expressa neste momento”, avaliou. Segundo ele, a falta de líderes é uma das peculiaridades desse movimento.
O ministro defendeu a atuação dos policiais que impediram a invasão do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e do Congresso Nacional, em Brasília, ontem à noite, sem que houvesse um confronto violento com os manifestantes. “Este tem de ser o limite e cabe a quem está em posição de governo zelar pela lei e pela ordem”, ressaltou. “O processo foi exemplar, adequado”, acrescentou.
Rosemary
Gilberto Carvalho participou de audiência na Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado para dar explicações sobre a denúncia de que o Planalto havia conduzido uma investigação paralela à sindicância da Casa Civil sobre as denúncias de tráfico de influência contra Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. “Não teve qualquer divergência em relação à sindicância e não teria sentido qualquer iniciativa de atrapalhar ou fazer uma investigação paralela”, declarou.
PublicidadeO ministro disse, ainda, que não pediu à Controladoria-Geral da União (CGU) para retirar o seu nome da lista de testemunhas no processo movido pelo órgão para apurar as denúncias contra Rosemary. “Não sei por que ela me citou como testemunha, nem por que a CGU me retirou. Ela não me pediu autorização para me listar como testemunha, tampouco a CGU me consultou se deveria me retirar como testemunha”, afirmou. Rosemary foi exonerada do cargo em dezembro, após suspeita de que utilizava o cargo para fazer lobby no governo, conforme as apurações da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.