Lula erra na sua principal arma: o discurso.
Veja quais foram as principais falhas de comunicação cometidas pelo ex-presidente diante de Sérgio Moro:
Duas coisas devem nortear a conduta de um réu no depoimento perante um juiz, a estratégia jurídica e a orientação dos advogados. No entanto, há vários protocolos de comunicação que devem ser adotados em situações de grave crise e de alto impacto na imagem, como a vivenciada nesta semana entre Lula e Moro.
Vamos nos deter aqui na avaliação do comportamento do ex-presidente em razão do grande número de erros de comunicação que ele cometeu. Erros comuns a pessoas que se veem diante de juízes e investigadores, mas não para Lula, que é um dos melhores oradores da história do país.
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O problema é que, ao depor diante de uma autoridade judicial, uma falha no discurso pode levar a ampliar suspeitas ou mesmo a um desdobramento da investigação. Especialmente quando se trata de um evento de máximo apelo midiático, como o encontro entre Lula e Moro na tarde da última quarta-feira (10) em Curitiba.
Vamos aos principais erros de comunicação cometidos por Lula:
1) “Eu sou vítima”: ter ancorado todo o discurso na premissa de que ele é vítima de um grande complô envolvendo a mídia, a oposição, o Ministério Público Federal (MPF) e o próprio Moro tem sido a principal estratégia que o ex-presidente adota. Pode funcionar para a sociedade e garantir votos na desejada eleição presidencial de 2018.
Mas, na esfera do protocolo de comunicação, não é a tática mais adequada para ser usada no depoimento a um juiz.
Ao menos nesses momentos, Lula deixar de lado a bengala da vitimização e responder objetivamente sobre o que está sendo acusado nos vários processos em que é réu.
2) “Ataques ao MPF e ao Judiciário”: Lula adotou a estratégia do ataque. Não poupou críticas aos procuradores da Lava Jato e ao próprio Sérgio Moro. Adotou um discurso nada humilde. Preferiu, mais uma vez, dirigir a narrativa para a sociedade.
Faltou análise de contexto. O juiz é a principal autoridade do processo. A sociedade não julga um processo jurídico. Não é inteligente aguçar a divergência e a contenda nessas situações. Esse papel não é do depoente, mas de seus advogados. Ao partir para o ataque e dizer por exemplo que já foi “julgado nas urnas depois do processo do mensalão”, Lula ignora a existência de um dos poderes constituídos: o Judiciário.
3) “Quem é o meu interlocutor?”: não existe comunicação sem emissor e receptor, já dizia o filósofo canadense McLuhan no século passado. Um equívoco muito comum de depoentes, principalmente os políticos, é o de esquecer com quem estão falando.
Aqui, o interlocutor era um juiz, que usará o que foi falado nos autos para definir uma sentença. Ao falar para o povo, Lula cai na armadilha do discurso populista e isso o faz entrar em contradição: ora era o grande estadista que fez com que a Petrobras ganhasse mundo e, em outros momentos, era um presidente que, por restrições do cargo, não influencia em licitações e indicações em estatais.
Se tivesse dirigido o discurso apenas ao seu interlocutor, juiz Sérgio Moro, seria mais fácil não ter que “vender” a imagem do presidente que fez o Brasil avançar.
Lula quis ser Lula: o cara que mata no peito e parte para o enfrentamento. Quis ser um grande orador, no momento em que deveria ser um simples depoente ao Poder Judiciário. Deixou que a indignação e o sentimento de “perseguição” falassem mais alto.
4) “O culpado é o grande outro”: erro também muito comum de bons oradores é atacar o outro. Nesse caso, o grande outro foi a própria mulher de Lula, dona Marisa, já morta.
Ao atribuir a dona Marisa a decisão pelo triplex do Guarujá, o ex-presidente usa uma tática de defesa que pode funcionar no campo jurídico, mas na órbita da comunicação gera ruído e suspeitas.
Essa tática soa ainda mais estranha quando lembramos que em outras ocasiões de depoimento a investigadores sobre o apartamento, ainda com dona Marisa viva, Lula não tinha atribuído a ela nenhuma responsabilidade.
É preciso não esquecer ainda a questão de o esperado encontro de Moro e Lula ser um fato midiático por excelência, comprovado no ápice de aparato da cobertura jornalística. No noticiário extenso sobre o depoimento, houve até a contagem de que Lula disse 82 vezes “não sei” ao juiz Moro. Nas redes sociais, deu-se o habitual Fla-Flu virtual de opiniões, torcidas, apoios, reações e sentimentos. No Twitter, o duelo das hashtags #LulaEuConfio e #MoroOrgulhoBrasileiro figurou nos trending topics.
Pesquisas demonstram que 80% do que as pessoas assimilam vem da comunicação não verbal (gestos, expressão facial e roupas). Lula, que foi o único alvo das luzes das câmeras da Justiça Federal nos vídeos que mais se difundiram pela internet, foi também julgado por seus gestos: cada feição de deboche, cada coçadinha no nariz, cada franzir de testa, cada mexida na cadeira a insinuar desconforto. Tudo é alçado ao paroxismo, erros e acertos, respostas perfeitas e mais que imperfeitas.
Prefeitura de Jequié entrega mochilas maiores que os alunos e fotos viralizam nas redes sociais
Mochilas gigantes foram entregues a crianças de Jequié (BA) e as fotos viralizaram nas redes sociais, chegando nos trending topics do Twitter. A prefeitura do município entregou materiais escolares aos seus alunos, mas esqueceu de checar o tamanho das mochilas.
Os kits, em tese, eram simples: lápis, caneta, borracha e mochila. Mas quando os pais das crianças descobriram que seus pequeninos na verdade cabiam dentro das mochilas, as fotos se tornaram um dos memes mais compartilhados da semana. A ação fez parte da nova política educacional da rede pública de ensino. A intenção foi boa, mas faltou planejamento.
Companhia aérea da Jordânia trolou a extrema direita da França
A companhia aérea Royal Jordanian pegou carona na polarização da campanha na França para uma estratégia nas redes sociais, num bem-humorado trocadilho em inglês com a expressão: “far … right”, que significa extrema-direita em inglês. A pergunta feita: “A França não é tão longe, certo?” (em inglês: “France is not that far… right?”) é uma menção à candidata Marine Le Pen, da direita radical, que acabou derrotada pelo candidato do centro Emmanuel Macron.
Em outro tuíte, a referência é ao lema da revolução francesa: “Liberdade. Igualdade. Fraternidade. Como os céus deveriam ser.”
O tweet mais popular da história (é de frango empanado!)
Um jovem americano, Carter Wilkerson, escreveu ao perfil da marca Wendy’s perguntando quantos retuítes ele precisaria para conseguir um ano de nuggets grátis. A empresa respondeu: 18 milhões. E o apreciador de frango empanado foi à luta e saiu em busca de ajuda.
Logo seu perfil se tornou popular e os compartilhamentos não param mais. Já tinham ultrapassado 3 milhões. Antes mesmo de atingir o número, a Wendy’s já considerou o desafio vencido e garantiu os nuggets. Mais uma viralização que entra para as redes: vai gostar assim de frango empanado lá no Twitter!