A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou que durante paralisação dos controladores de vôo na noite da última sexta-feira (30) mais de 18 mil pessoas tiveram seus embarques prejudicados. No entanto, diz a Anac, grande parte dos "mesmos conseguirão chegar aos seus destinos ainda no sábado (31)".
No aeroporto de Brasília agora pela manhã, 22 vôos estavam atrasados. Segundo relatório da Infraero divulgado agora há pouco pela Infraero, 122 vôos tiveram atrasos de mais de uma hora em todos os aeroportos do país entre 0h deste domingo (1º) e 10hs20min. Apenas oito vôos tinham sido cancelados no mesmo período. Leia aqui a situação de cada um dos aeroportos, segundo os dados da administradora dos aeroportos.
Prejuízos
De acordo com informações divulgadas pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), o prejuízo com a crise aérea dos últimos seis meses chegou a R$ 100 milhões de reais. O Snea cobra do governo indenização para gastos extras com querosene, pagamento de horas extras para a tripulação, taxas de permanência nos aeroportos e gastos de hospedagem e alimentação dos passageiros.
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Em ofício enviado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no dia 6 de novembro de 2006, o sindicato já pedia "medidas compensatórias" para os prejuízos ocasionados pela crise. No documento endereçado os diretores da agência reguladora, o sindicato das empresas aéreas estima em R$ 4 milhões por dia o prejuízo das empresas associadas "em decorrente do colapso no controle do espaço aéreo brasileiro." (Lúcio Lambranho)
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PF pressionará por aumento na Páscoa
O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Sandro Torres Avelar, encaminhou na última sexta-feira (30) uma carta ao ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo. Avelar, segundo material divulgado por sua assessoria, expressa surpresa ao saber que o ministro desconhece o acordo firmado pelo governo com os policiais federais.
Pelo acordo fechado em fevereiro de 2006, os policiais federais receberiam 60% de reajuste dividido em duas parcelas. Até agora apenas a primeira parcela de 30% foi paga. E segunda parte deveria ter sido acertada em dezembro do ano passado, mas não foi cumprida.
Avelar afirma que as recentes declarações do ministro Paulo Bernardo à imprensa de que ele desconhecia a existência do acordo, causaram grande instabilidade e acirraram os ânimos dos policiais federais.
“Isso prejudicou o calendário sugerido pelas entidades classistas de âmbito nacional com a previsão de novo ato público somente no dia 18 de abril, fazendo com que diversos Estados da Federação, por suas lideranças locais, entendessem por repudiá-las já, antecipando as manifestações para a próxima terça-feira, dia 03/04”, diz Avelar.
A carta e a promessa de mobilização na véspera do feriado de Páscoa, o que pode prejudicar o deslocamentos nos aeroportos que ainda se recuperam da greve dos controladores de vôo, são uma resposta as declarações do ministro dadas à imprensa no último dia 28.
Paulo Bernardo considerou o movimento de greve de 24 horas, "um pouco precipitado". "Vocês não vão achar que nós saímos por aí prometendo reajustes para todo mundo. Nós queremos fazer isso avaliando aquilo que é reivindicado, se é justo. Se tem procedência a reivindicação, pode ser atendida, se nós tivermos também recursos para isso", afirmou. (Lúcio Lambranho)
Leia a íntegra da Carta da ADPF:
Brasília/DF, 30 de março de 2007
Exmo. Sr.
Dr. PAULO BERNARDO
DD. Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG
Senhor Ministro,
É com preocupação que, respeitosamente, nos dirigimos à V. Exª. para dizer da surpresa com que lemos suas entrevistas em diversos veículos de comunicação, afirmando desconhecer o compromisso do Governo no tocante à recomposição salarial dos servidores do Departamento de Polícia Federal.
Temos em mãos cópia do documento que V. Exª. alega desconhecer, assinado em 02/02/06, no qual o então ministro Márcio Thomaz Bastos fez constar, expressamente, que reitera “o compromisso do Governo Federal em aprovar o pleito apresentado pela Direção Geral da Polícia Federal a este Ministério, nos termos da proposta datada de 11 de julho de 2005, tendo sido acertado com a equipe econômica que o aumento será dividido em duas vezes, ainda no presente exercício (2006).”
O desconhecimento alegado por V. Exª. é seriíssimo, pois demonstra das duas, uma: ou o documento que temos em mãos não é da lavra do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos ou, o ministro da Justiça, não foi exato ao afirmar que celebrara acordo com a equipe econômica do governo, da qual o Ministro do Planejamento é um dos expoentes.
Como não podemos acreditar que o Senhor ministro da Justiça assinaria um documento oficial eivado de afirmações inverídicas, restaria a hipótese de alguém, se fazendo passar por ele, enganar a todo o Departamento de Polícia Federal, começando pelo senhor Diretor-Geral, em Brasília, passando por todas as unidades do DPF, do Oiapoque ao Chuí.
Tal improvável fato, se confirmado, dará certamente azo aos procedimentos investigatórios cabíveis. Assim, tomamos a liberdade de encaminhar cópia do famoso documento de 02/02/06, bem como daquele nele mencionado, de 11/07/05, para que V. Exª., tomando conhecimento de ambos, informe se um documento oficial, lavrado em papel timbrado com o Brasão da República e assinado por um Ministro de Estado, tem ou não o condão de comprometer o Governo Federal com os termos nele inseridos.
Por fim, informamos que as declarações de V. Exª. causaram grande instabilidade e acirraram os ânimos dos policiais federais, prejudicando o calendário sugerido pelas entidades classistas de âmbito nacional com a previsão de novo ato público somente no dia 18 de abril, fazendo com que diversos Estados da Federação, por suas lideranças locais, entendessem por repudiá-las já, antecipando as manifestações para a próxima quarta-feira, dia 04/04.
Respeitosamente,
SANDRO TORRES AVELAR
Presidente da ADPF
STF pode frear combate a lavagem
Decisões judiciais tomadas nos processos do "valerioduto", Banestado, Banco Santos, Operação Farol da Colina e nas ações penais contra Paulo Maluf e Celso Pitta, entre outros casos, poderão ser anuladas se o Supremo Tribunal Federal (STF) concluir que as varas especial