Eduardo Militão
Dezoito presidiários trabalham nas obras de estádios que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014. Dez estão em Brasília, nos canteiros do futuro Estádio Nacional da capital, e oito em Cuiabá (MT), na Arena Pantanal. Outros 30 se preparam para ir servir nas obras do novo estádio da Fonte Nova, em Salvador (BA).
Os detentos se valem de um de acordo entre o Comitê Organizador da Copa, o Ministério do Esporte, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e os estados e prefeituras que sediarão os jogos. No acordo, as empreiteiras que vencem as licitações devem contratar pelo menos 5% de presidiários, ex-detentos ou adolescentes que cumprem medidas socioeducativas.
Cada detento tem direito a uma bolsa de R$ 554, mais R$ 220 de vale-transporte e alimentação servida no local da obra. Cada três dias de trabalho reduzem um dia da pena de prisão dos encarcerados. De acordo com a assessoria do CNJ, a medida serve para ressocializar reduzir a reincidência criminal dos egressos dos sistema penitenciário.
É uma experiência nova, uma oportunidade para eu seguir em frente e começar uma vida nova. Eu não posso deixar a bola cair, contou um dos detentos que trabalha em Brasília, de acordo com comunicado do CNJ. O rapaz tem 28 anos e é casado. Outro presidiário destaca que agora obtém um dinheiro suado. É uma realidade bastante diferente. Agora eu estou ganhando dinheiro suado, não é mais o dinheiro fácil de antes, disse ele, de 23 anos, casado, pai de duas crianças.
Os dois rapazes estão no regime semiaberto.
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