Paralela à monumental instabilidade política, a economia brasileira dá mostras de recuperação após a maior recessão de nossa história. Juros, desemprego e inflação estão em queda. A confiança dos investidores começa a ser resgatada. A credibilidade da política econômica vai sendo restituída. O cenário mundial é favorável, com uma enorme liquidez. Há capitais disponíveis sedentos por aproveitar as oportunidades no Brasil. O leilão do pré-sal demonstrou isso.
Se tivermos juízo e responsabilidade, poderemos virar o jogo e construir um horizonte marcado por uma perspectiva de desenvolvimento sustentado de longo prazo, retomando taxas de crescimento de 3% a 4% ao ano.
A política não é um fim em si mesmo. A sociedade humana criou instituições e sistemas políticos para governar seu destino. A política é ferramenta para alavancar o potencial presente na sociedade e na economia. Infelizmente, no Brasil dos nossos dias, a política tem sido um problema e não solução.
As incertezas sobre os resultados das urnas em 2018 são um entrave à plena retomada do crescimento. Oxalá elejamos um presidente que pacifique o país e implante um programa consistente de governo.
Temos um enorme potencial de desenvolvimento. O agronegócio brasileiro mostra o caminho. Mas há um calcanhar de Aquiles: o desiquilíbrio das finanças públicas. Se não superamos com coragem, esse dilema, não haverá criação de emprego e renda no ritmo necessário. O déficit público condiciona a taxa de juros, o endividamento, os investimentos e o próprio ritmo do crescimento.
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A situação fiscal brasileira é uma verdadeira tragédia. O Governo Federal terá um déficit primário de R$ 159 bilhões e um déficit nominal de graves 8% do PIB. A situação de estrangulamento radical de estados como Rio, Minas e Rio Grande do Sul é só o prenúncio do que pode acontecer no país se não fizermos as coisas certas.
Na última quarta-feira, o Ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, esteve na Comissão Mista do Orçamento expondo a nova proposta orçamentária para 2018. O raio-x apresentado não deixa dúvidas: ou mudamos a rota, através de um amplo programa de reformas, já iniciado, ou caminharemos para um estrangulamento absoluto, sufocando as energias da sociedade e da economia privada.
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O crescimento do PIB será de 2% a 2,5%. O endividamento das famílias está em queda. Os juros poderão cair ao menor patamar da história. A inflação deverá ficar em torno de 3,5%. A produção e o comercio exterior registram bom desempenho. A safra deverá ser maior.
Por outro lado, a rigidez orçamentária é impressionante. Apenas 10% das despesas são discricionárias. A previdência e os benefícios sociais representam 57% e explodirão nos próximos anos, se nada for feito. Com isso não será possível melhorar as políticas públicas de educação, segurança e saúde.
Cabe ao Congresso e à sociedade apoiar o ajuste fiscal. Só assim teremos desenvolvimento e justiça social.
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