Nos últimos três anos, a situação financeira dos estados tem se agravado e saíram de um resultado positivo de R$ 16 bilhões para um deficit de R$ 60 bilhões até o fim de 2017. Na prática, os governadores vão entregar um rombo bilionário para seus sucessores. Os dados foram revelados pelo especialista em contas públicas Raul Velloso e divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira (16).
De acordo com o especialista, o deficit é resultado de uma folha de pagamento crescente associada a uma queda na arrecadação de impostos ocasionada pela crise econômica do país. Além da redução da arrecadação com impostos, o corte de repasses do governo federal acentuou a dificuldade dos estados.
Um dos casos concretos é a situação do Rio Grande do Norte. Após acumular um superávit de R$ 4 bilhões entre 2011 e 2014, o Rio Grande do Norte entrou numa trajetória negativa até acumular um déficit de R$ 2,8 bilhões nos últimos três anos. O estado está com salários atrasados e, consequentemente, servidores da polícia civil e da saúde entraram em greve nos últimos dias. Das duas categorias, apenas os policiais voltaram para suas atividades.
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O Rio de Janeiro e Minas Gerais também tiveram desajustes fiscais em suas contas com consequências diretas no serviço público. Conforme mostra a reportagem da jornalista Luciana Dyniewicz, Goiás, Pernambuco e Sergipe caminham para o mesmo caminho.
“De acordo com o levantamento de Velloso, as despesas e receitas anuais dos Estados empataram em 2014, atingindo R$ 929 bilhões cada uma. Desde então, as receitas recuaram de forma mais abrupta: atingiram R$ 690 bilhões nos dez primeiros meses de 2017, enquanto as despesas somaram R$ 715 bilhões”, diz trecho da reportagem.
Apesar de, na teoria, os governadores não poderem deixar restos a pagar para os seus sucessores, o economista analisa que a tarefa é impossível, diante do redução de investimentos em último ano de mandato.
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