Após uma semana intensa na política, com votações importantes para a emperrada economia brasileira, os ânimos ferveram nesta quinta-feira (15) na esvaziada Câmara. Com um plenário registrando quórum de 426 parlamentares, embora apenas cinco estivessem no local, os deputados Boca Aberta (PROS-PR) e Márcio Jerry (PCdoB-MA) trocaram acusações e quase foram às vias de fato. Tiveram que ser apartados pela segurança.
Às 16h30, Márcio dirigiu-se ao lado esquerdo da tribuna e disparou contra Boca Aberta, que presidia os trabalhos da sessão naquele momento. Afirmou que não gostaria de discursar sob a comando do paranaense, por considerá-lo sem envergadura moral para ocupar, ainda que temporariamente, a cadeira do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
“O deputado, costumeiramente, utiliza a tribuna desta Casa para ofender as pessoas e colegas parlamentares. É um direito que eu tenho (não discursar sob a presidência dele) e quero registrar que não vou responder aos vários impropérios”, disse Márcio.
Exaltado, Boca Aberta deixou a presidência para fazer um pronunciamento. Disse que é “macho e honra suas calças”. Disparou contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso no âmbito da Operação Lava Jato, em Curitiba, e contra políticos da esquerda envolvidos em corrupção, como os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci. “Quem tem honra, o Lula, o ladrão de nove dedos?”, questionou. Ele acusou o comunista de “insano e covarde”.
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Questionado pelo Congresso em Foco, Márcio não descartou representar contra o colega no Conselho de Ética da Câmara. “É uma imagem péssima. O cara todo dia esculhamba todo mundo. Tinha que cassar esse cara”, contou à deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores, após descer da tribuna.
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